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A mostrar mensagens de 2023

A vida é um instante... Aproveita...

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... cuidando do corpo e da alma... ... fazendo escolhas sensatas... ... aprendendo e evoluindo com os erros... ... perdoando... ... aceitando...

Pegadas na Areia

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A verdade desconfortável

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O caminho é solitário e por vezes gostaria que não fosse. Aprendi a ouvir a voz do silêncio mas ainda não consigo ouvir a voz dos homens. Há dias em que lamento isso. Recolhi-me tanto na minha concha, que o exterior tem contornos que me chegam a aterrorizar. Tenho medo de ter tocado num extremo e não conseguir voltar a centrar-me. Ontem foi difícil. Por ninharias que seriam ignoradas por todos. Apelo à razão e bom senso mas, por vezes, falham ambas. A Bessa questionava-me ontem se desde esta minha busca por Deus, não me sentia mais desafiada. Sim, sinto. É uma verdade desconfortável. Percebo porque há quem desista. Percebo porque há quem prefira aquela espiritualidade moderna. Mas não há como voltar atrás. Não dá para florear o que é feito de espinhos. Não dá para escolher o caminho mais fácil só porque ele é mais fácil. O facilitismo não pode ser um critério. Mas custa...

Partilha sobre o caminho

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Nestes últimos dias tenho sobretudo partilhado vídeos com mensagens que me inspiram, mais do que usado as minhas próprias palavras. Viver por Deus parece-me mais natural, mas falar dele não é necessariamente mais fácil. Sinto, por vezes, que fui mais compreendida quando falava sobre a lua, os astros, as energias, a intuição, a verdade particular de cada um, do que agora que assumo perante todos a minha crença num ser superior omnipresente que nos criou, que nos ensina, que nos educa e que nos ama, tal como um bom pai o faria. Entendo que em nome da religião foram cometidas, e ainda são cometidas, atrocidades. Entendo que muita dor foi causada em nome da religião, mas hoje também percebo que uma coisa é a mensagem e outra, muito diferente, são as maçãs podres que constituem uma instituição, seja ela qual for. Se queremos procurar culpados devemos começar sempre por olhar e observar o ser humano. O homem é capaz de realizar as coisas mais fantásticas, mas, na mesma proporção, é capaz d...

O Aquário [Excertos]

“Management of a marine aquarium, I discovered, is no easy task. I had to run a portable chemical laboratory to monitor the nitrate levels and the ammonia content. I pumped in vitamins and antibiotics and sulfa drugs and enough enzymes to make a rock grow. I filtered the water through glass fibers and charcoal, and exposed it to ultraviolet light. You would think, in view of all the energy expended on their behalf, that my fish would at least be grateful. Not so. Every time my shadow loomed above the tank they dove for cover into the nearest shell. They showed me one " emotion" only: fear. Although I opened the lid and dropped in food on a regular schedule, three times a day, they responded to each visit as a sure sign of my designs to torture them. I could not convince them of my true concern. To my fish I was deity. I was too large for them, my actions too incomprehensible. My acts of mercy they saw as cruelty; my attempts at healing they viewed as destruction. To change th...

Pela Fé

Vídeo 👇   Prof. Rodrigo Silva

Silêncio

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Fé em Deus

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Creio que ainda não tinha abordado o tema da minha fé em Deus, mas talvez esteja na altura de o fazer. Depois de imensos anos dedicada à New Age e a uma panóplia de terapias holísticas, comecei a afastar-me desse caminho e estou a redescobrir a minha fé em Deus. Este ano iniciei o meu estudo na Bíblia. Ele não é sempre constante. Tem interregnos, avanços e recuos. Às vezes parece-me super certo, outras vezes tenho dúvidas. Mas apesar deste questionamento, esta fé tem-me trazido uma imensa paz. Lembro-me de ser jovem e achar que a Bíblia não fazia sentido. Hoje entendo que ela é o que é sem filtros. As descrições mais violentas ou chocantes foram vivenciadas e por isso fazem parte das Sagradas Escrituras, mesmo que nos parece estranho. Não há floreamentos para agradar. Aquele tempo era diferente do nosso em muitos aspectos e não podemos ignorar isso. Retrata pessoas reais que viveram a fé e que, também muitas vezes, desviaram-se dessa fé. Há umas semanas vi um documentário no History Ch...

“O primeiro passo para apostatarmos é perdermos a identidade de quem somos.” | Rodrigo Silva

 

"Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração". | Jeremias 29:13

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Fiz as pazes com a pequenina Lídia. Fiz as pazes com a menina grande. Fiz as pazes com o mundo que me circunda. Não quero mais sentir ódio, não quero que o passado me prenda e me impeça de seguir em frente. Pela primeira vez sinto que não são só palavras que me saem pela boca. Há algo inato em mim que procura a cura, que procura a verdade e que procura Deus. Há algo em mim que quer viver em paz. Passei a última semana doente, fisicamente abalada por uma constipação, mas a paragem forçada que a vida me impôs deu-me tempo e margem para consciencializar-me do que eu realmente procuro enquanto ser humano. Busco a palavra Dele. Ainda não sei fazê-lo bem. Não conheço as regras do jogo. Mas avanço neste caminho com fé.  É irónico como passei tantos anos à procura de respostas nas cartas e nos astros, mas nada me trouxe tanta paz como quando renunciei a tudo isso e me virei para Deus. Não pretendo impor a minha atual forma de estar a ninguém, mas não posso deixar de referir que a verdadeir...

Recortes

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Finais de Outubro

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A última semana foi de intempéries, incluindo as emocionais. Felizmente, tudo teve resolução e, em véspera de mini-férias, espero poder descansar sem sobressaltos. Cada vez me vou encontrando mais, e quanto mais familiar é o meu mundo interior, mais estranho me parece o mundo exterior.

"(...) não quero que todas as minhas más experiências me façam perder a fé no amor e na vida."

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Ouvi hoje um áudio de uma terapeuta em resposta a uma questão colocada por uma das suas interlocutoras sobre o papel de mãe que tantas vezes desempenhamos em relação a quem precisa, sendo que depois não encontramos um retorno quando somos nós a precisar. Não me revejo propriamente nesta situação mas fez-me pensar sobre a dinâmica das minhas relações com as outras pessoas. Volto (claro está!) sempre ao mesmo exemplo mental, ainda que não o verbalize. O que percebo hoje sobre mim mesma? 1- Tenho dificuldades nos relacionamentos; 2 - Quando gostava / gosto de alguém não sei o que fazer para me tornar "atraente" aos seus olhos. Não me refiro apenas fisicamente, mas também a nível de personalidade; 3 - Durante muito tempo achei que se eu me mostrasse mais maternal, isso me tornaria "desejável" aos seus olhos.  [Sim, é meio ridículo, mas permitam-me, por favor, o desabafo!] 4 - A dada altura percebi que as pessoas (diga-se homens) de quem eu gostava poderiam sentir um car...

Viagens

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Tenho vontade de escrever, deixar que os meus dedos produzam as palavras necessárias. Mas, a bem da verdade, não sei quais são as palavras necessárias e não me apetece muito falar/descrever o meu dia-a-dia. [[Esta foi a semana em que o Hamas atacou Israel, um assunto que merece e tem merecido profunda reflexão mas que não me apetece partilhar.]] A nível bastante pessoal tomei duas decisões. Saí da rede social Facebook, o que para mim é uma enorme conquista. Por outro lado, entendi por fim que o Parque da Bela Vista pode bem ser o espaço ideal para mergulhar mais profundamente em mim. Não quero explicar melhor do que isto. É um caminho de passagem essencial... A par disto, fico feliz por ter descoberto uma escritora polaca fantástica que traz uma escrita que muito me encanta. Ela leva-me a passear, a caminhar pelas suas Viagens e é com um excerto das suas viagens que quero terminar este post: “Regressou por caminhos sinuosos, por mares periféricos, pelos mais apertados estreitos e pelas...

"Deixa ir!"

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Revivo as minhas emoções de acordo com o meu ciclo interno, em constante oscilação entre expansão e retração. Vou-me conhecendo melhor e identifico estas minhas fases. Identificando-as preparo-me para o que vem.  Já percebi que em determinados momentos faço sempre isto ou sempre aquilo, reajo desta ou daquela forma. Ontem, enquanto me aninhava entre os lençóis, desafiei-me a fazer diferente. Há sempre uma frase que me acompanha: "Deixa ir!" Se bem que haja neste deixar ir a impossibilidade - provisória, desejo eu - de deixar ir a própria necessidade do "deixar ir", quero acreditar que um dia não terei sequer de me debater com as velhas questões do passado porque terei, entretanto, superado.  A verdade é esta. Eu quero mesmo deixar ir certas coisas. Não é fácil, porém. Os meus sonhos trazem-me o passado. Fazem-me relembrar. A mágoa ainda existe e sei que, no fim de contas, todo este meu repúdio pela "pseudo-espiritualidade" tem origem num passado muito mal ...

Dos Outonos quentes e da necessidade de abrandar o ritmo

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O Outono chegou no dia 23 de setembro, mas os dias estão quentes como se estivéssemos em pleno Verão. Ontem, depois do meu treino, fui até ao Parque do Vale Fundão. Não o achei particularmente bonito. O calor também não ajudou a explorá-lo. Sentei-me num banco e tentei parar e ouvir. Não é fácil para mim parar. Muito menos é fácil ouvir. A minha cabeça anda a mil e tenho urgência num ritmo mais lento sem que, contudo, o aceite sem reservas. Lembrei-me da minha sobrinha, a minha pequenina de 3 anos que, na véspera, sabiamente me dizia para largar o telemóvel e vir para a água. Preciso de largar o telemóvel, o barulho, a confusão, a busca sempre incessante por algo, e parar para ouvir o barulho das cigarras. É tão bom quando consigo ouvi-las, quando consigo silenciar todos os estímulos exteriores e focar-me no momento! P.S. Foto de 25 de agosto que tirei da perto. Ontem, escolhi fixar com o olhar e não com a câmara.

Imensidão

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Viver é difícil, digo-o como uma constatação.  Já ouvi falar do "saber viver bem", mas o saber viver bem não faz com que a vida seja necessariamente melhor, apenas paramos de lutar contra aquilo que a vida é. Nos últimos dias tenho sentido as coisas com maior intensidade. Posso até afirmar que me sinto bem por ser capaz de sentir, ainda que o que sinto me deixe inquieta. A ansiedade vem trazida pelos sonhos, pelos receios, pelos medos. A ansiedade vem porque sou humana e nem sempre consigo arrumar as fragilidades nas gavetas dos armários que habitam o meu ser. Não tenho grandes expectativas. Não podemos ter tudo o que queremos. Digo a quem tenha coragem para ouvir: há coisas que não são para nós; há coisas que, por mais que tentemos, não teremos. Não é preciso fazer um grande drama disto. Lembro-me de concluir em tempos que a felicidade não é o objectivo da vida, mas um bónus. A felicidade não é um fim em si mesmo. Que ninguém pense que chega a este mundo com o objectivo da a...

Deixava ir.

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(18.09.2023) Quero dizer algo, mas não consigo. Lembro-me de um tempo passado em que me sentia sempre muito zangada e manifestava essa irritação em palavras ásperas e amuos. Não consigo fazê-lo hoje. Escolho recolher-me à blogosfera. Digo então que estou zangada mas não consigo falar sobre o porquê. Pastas retornam às prateleiras. Canetas colocadas nos devidos suportes. Auricular na orelha direita para que os sons transmitidos me retirem das emoções densas. *** (19.09.2023) E entretanto, sangrei... Às vezes dou por mim a pensar que, se soubesse no passado o que sei hoje, faria muitas coisas de forma diferente. Questiono-me então:  O que faria de diferente? O que faria de diferente? O que faria de diferente em relação a certas dores do passado? Deixava ir. (Por do sol captado ontem do comboio)

Das fugas in(conscientes)

Ontem houve aula livre de aéreos. Tinha-me inscrito, apesar de as aulas só recomeçarem, propriamente, em Outubro. Acabei por não ir. Posso dizer que estou com TPM, e talvez isso explique um pouco a minha decisão. Mas claro, há sempre algo mais profundo. Gosto de acrobacias aéreas, desde que experimentei pela primeira vez em 2016. Mas é difícil. É sempre difícil. Fisicamente e emocionalmente. De entre os alunos, sou sempre a pior. Quando chegam novos alunos, em 2 horas conseguem fazer o que eu demorei 2 meses a conseguir. Penso que já escrevi sobre isto anteriormente. E se sim, repito. Não me custa que os outros sejam melhores do que eu. Custa-me que eu seja a pior. E não é só por uma questão de ego que eu sei que está presente. É por reconhecer que há um medo e resistência em mim que eu receio não conseguir ultrapassar. Mas lá regressarei às aulas porque acredito que o devo fazer. Por ser difícil, devo ir. Desafiar-me no domínio e consciência do corpo, no convívio com os outros, desafi...

2018-2023 - Ver aqui 👇

 

#Notícias [Aumento juros crédito Bancário]

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Caminhantes da vida [Excertos]

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Para aqueles que, como eu, gostam de caminhar... "O que será que às vezes tanto nos dificulta determinar o destino a dar aos nossos passos? Creio na existência de um magnetismo subtil na natureza o qual, se cedermos inconscientemente, nos levará no caminho certo. (...) Muito gostaríamos de dar aquele passeio que ainda não encetamos neste mundo real e que simboliza perfeitamente o atalho que adoraríamos percorrer no mundo interior e ideal; e às vezes, não há dúvida, temos dificuldade em escolher a nossa direção por não a termos discernido bem no nosso pensamento." Henry David Thoreau, "Walking" (obra de 1862)

Aguarda pela tua alma // [Excertos]

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"Se alguém nos pudesse olhar do alto, veria que o mundo está repleto de pessoas que andam apressadas, transpiradas e exaustas e também veria as suas almas atrasadas e perdidas no caminho por não conseguirem acompanhar os seus donos. (...) Escuta, precisas de encontrar um lugar só para ti, sentares-te e aguardares com paciência pela tua alma. Ela deve estar, neste momento, no lugar por onde passaste há dois, três anos." Olga Tokarczuk, " A Alma Perdida"

Formiga

No que reparamos quando: 💙 Paramos... 💙 Descemos do nosso pedestal e, 💙 Observamos com atenção.

"(...) sacrifica a vida nesta busca, mas, (...) uma vez encontrado isto, não haverá mais o que procurar.” [Excertos]

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“Mas o homem é uma criatura volúvel e pouco atraente e, talvez, a exemplo do xadrezista, ame apenas o processo de atingir o objetivo, e não o próprio objetivo. E — quem sabe? —, não se pode garantir, mas talvez todo o objetivo sobre a terra, aquele para o qual tende a humanidade, consista unicamente nesta continuidade do processo de atingir o objetivo, ou, em outras palavras, na própria vida e não exatamente no objetivo, o qual, naturalmente, não deve ser outra coisa senão que dois e dois são quatro, isto é, uma fórmula; mas, na realidade, dois e dois não são mais a vida, meus senhores, mas o começo da morte. Pelo menos, o homem sempre temeu de certo modo este dois e dois são quatro, e eu o temo até agora. Suponhamos que o homem não faça outra coisa senão procurar este dois e dois são quatro: ele atravessa os oceanos a nado, sacrifica a vida nesta busca, mas, quanto a encontrá-lo realmente... juro por Deus, tem medo. Bem que ele sente: uma vez encontrado isto, não haverá mais o que p...

Um dia partiremos. Até lá quero caminhar até que me seja impossível fazê-lo.

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Um dia partiremos. Até lá quero caminhar até que me seja impossível fazê-lo. Quero maravilhar-me com tudo o que vejo. Quero regozijar com o pôr-do-sol. Quero saborear um bolo com creme e saciar a sede com uma mini. Quero atravessar as ruas da velha cidade, as casas moribundas e as novas construções. Quero deter-me junto das escolas, ver os rostos das crianças e recordar que também eu fui uma em tempos. Quero sentir a minha paz e perceber que preciso de muito pouco para ser feliz.

Dos sonhos

Tive um sonho esta noite. Tentei escrever sobre este sonho, mas não consigo. Não consigo registar toda a intensidade do que senti e, muito honestamente, não o quero fazer.  Ficará na minha mente e no meu coração. Que a cura ainda seja possível e que o (auto)perdão se torne numa realidade! Levo o sonho comigo, no meu cofre interior onde guardo o que de mais precioso tenho.

Do aniversário e outras reflexões

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Ontem foi o meu dia de anos. Escolhi como destino o Mosteiro da Batalha, na companhia das pessoas que são mais importantes para mim. Recebi votos e mensagens de muita gente. Algumas pessoas, de quem eu esperava mais, não o fizeram. Um grande amigo meu, com quem falei há pouco tempo, comentava comigo a propósito das relações entre pessoas, que não temos de dar apenas em consonância com o que recebemos mas também não pode ser sempre o mesmo a dar e o outro a receber. Isto é válido para todos os tipos de relações. Faz-me colocar, uma vez mais, tudo em perspectiva. Não posso dizer que estou desiludida com isso mas, sem sombra de dúvida, que me obriga a questionar e, sobretudo, torna-me muito mais exigente nos relacionamentos. Cada vez entendo melhor que sou eu que tenho de ter a força de vontade para deixar ir quem não me trata com o mínimo de respeito. Por outro lado, cabe-me a mim definir os limites do que é aceitável e não aceitável, do que é permitido e não é. E, acima de tudo, consegu...

10 minutos de palavras

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Depois de duas semanas de treino intensivo, fui-me abaixo esta semana. Questionei se era por uma questão hormonal ou cansaço físico. Por fim, concluí que talvez esteja a abusar das lentes de contato enquanto me sento frente a um computador durante 8 horas diárias. Sinto-me azamboada, diariamente. A minha mente não quer colaborar, nem o meu corpo. Há um alívio quando, ao final do dia, me deito na minha cama. É onde quero estar, a descansar e em silêncio. Não tenho paciência para ouvir os dramas das outras pessoas. Reconheço em mim uma certa frieza emocional mas não me sinto mal com isso. Acima de tudo, não me sinto obrigada a gostar, a aceitar, a ouvir e a estar presente. Não me sinto obrigada a ser atenciosa, maternal e mostrar disponibilidade. Irrita-me, sobremaneira, os "discos riscados". Ontem dei-me conta de que, na verdade, só me preocupo com um número muito reduzido de pessoas. A humanidade, no seu todo, é uma desilusão. Os dramas dos homens são uma peça de teatro de pé...

"(...) divórcio da humanidade" // Milan Kundera (1929-2023)

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"Ainda tenho nos olhos a imagem de Tereza sentada num tronco, a afagar a cabeça de Karenine e a meditar no fracasso da humanidade. Ao mesmo tempo, aparece-me outra imagem: a de Nietzsche a sair de um hotel de Turim. Vê um cocheiro a vergastar um cavalo. Chega-se ao pé do cavalo e, sob o olhar do cocheiro, abraça-se à sua cabeça e desata a chora. A cena passava-se em 1889 e Nietzsche, também ele, já se encontrava muito longe dos homens. Ou, por outras palavras, foi precisamente nesse momento que a sua doença mental de declarou. Mas, na minha opinião, é justamente isso que reveste o seu gesto de um profundo significado. Nietzsche foi pedir o perdão por Descartes ao cavalo. A sua loucura (e, portanto, o seu divórcio da humanidade) começa no instante em que se põe a chorar abraçado ao cavalo." A Insustentável Leveza do Ser

Outsider

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Enganei-me e engano-me em muita coisa. Sou orgulhosa e arrogante. Dei-me conta disso nos últimos dias. Anseio pelo reconhecimento mesmo quando acho que não preciso. Analisei as minhas mais recentes reacções e tornou-se claro para mim. Talvez por isso eu fuja tanto das pessoas. Na solidão os meus defeitos não são tão notórios porque movimento-me num palco feito de monólogos. Trabalho a solo . Não é o ideal e sei que no fundo eu quero dar de mim, quero entregar-me, quero estar presente. A minha sobrinha - e nisso as crianças são fantásticas - mostra-me isso mesmo em mim. Mas eu desconfio mais do que confio. E ainda que querendo estar em presença, é mais comum a minha ausência.  A mudança nas minhas crenças ainda me tornou mais solitária porque agora já nem me identifico com as palavras que vou encontrando no mundo esotérico. Retirei-me desse mundo e, vendo-o de fora, deixei de compreender a sua linguagem. Estranho não é? É como se, de repente, falassem numa língua estrangeira que eu ...

Por ora, este é o meu caminho.

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Antes de ontem sonhei e o sonho trouxe-me o passado, a lembrança embrulhada em saudade. Quando acordei sentia-me feliz por poder recordar mas triste pela ausência.  Ao longo do dia desejei ardentemente fazer as pazes com o passado, sabendo que isso implica que sossegue o meu coração através do perdão. Estou a tentar. Estou diariamente a tentar perdoar-me e perdoar. Entretanto, a vida segue e ontem, na aula de aéreos, a última aula deste ano lectivo acabou por se tornar na melhor. Sentia-me capaz de tudo e levo comigo a motivação para regressar e tentar fazer ainda melhor. Gosto da arte do movimento. Gosto do trabalho do corpo. Gosto da excentricidade com que eu e os meus colegas nos movimentamos naquele espaço. Gosto porque me sinto bem aqui. Gosto porque me sinto eu. Por ora, este é o meu caminho. (Imagem tirada da net)

"Não sei por onde vou Não sei para onde vou - Sei que não vou por aí."

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"Não sei por onde vou   Não sei para onde vou - Sei que não vou por aí." Sempre gostei deste poema de José Régio e sei que já o mencionei outras vezes. Lembrei-me dele hoje porque envolvi-me num debate (que não pretendia sê-lo) no Facebook sobre a espiritualidade e a Astrologia. Eu não sigo mais esta via como já mencionei anteriormente. São pouquíssimas as pessoas com quem tenho partilhado esta minha mudança de pensamento. E não pretendia comentar nada nas redes sociais, mas o teor do post levou-me a ter de dizer o que eu penso e sinto. Todos nós temos questões e realmente ninguém gosta de ver o seu "ponto de vista" criticado mas é preciso ter maturidade para aceitar que ninguém é dona da razão. No final, senti-me ainda mais confiante da escolha que estou a fazer. Ao ler certos comentários pensava para mim mesma: "eu não sou assim; isto não faz sentido para mim." E o que não serve é para deixar para trás. Ainda assim, sei que nada sei. As minhas opiniões p...

Do amor à Filosofia

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Em vésperas de regressar ao trabalho reencontrei "O Mundo de Sofia". Já me tinha lembrado deste livro algumas vezes mas achava que talvez o tivesse perdido. Este fim-de-semana, ao olhar para a estante, os meus olhos fixaram-se na sua lombada. Ei-lo tão visível e tão escondido! Iniciei de imediato a sua leitura. Recordei o quanto gostava de Filosofia quando era mais jovem. Relembrei que quando fui para a NA o meu objectivo era estudar Filosofia. Infelizmente, perdi-me nas atividades paralelas que, muito possivelmente, foram um dos motivos que me levaram a sair de lá. Dei por mim a sorrir com a possibilidade de retomar este meu fascínio pela Filosofia, voltar à inquirição constante uma vez que as minhas certezas foram pelo cano. Que lufada de ar fresco! Depois de meses sem saber para onde ir, começo a encontrar um ponto de luz que me direciona o caminho. (Foto tirada da net, pode ter direitos de autor)

Ciclos de Vida

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"O Mundo de Sofia", Jostein Gaarder

Em modo férias

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Entro em modo de férias com nova aula de aéreos. Encontro desafio e debato-me com a frustração. O meu interesse nesta actividade começou em 2016 (não estou certa de que tenha contado esta história, mas hoje também não é o dia). Sei que, a duas semanas de terminar o "ano lectivo", estou melhor hoje do que em Outubro passado. Estou muito melhor do que em 2019 quando me inscrevi pela primeira vez. Estou ainda melhor do que quando experimentei pela primeira vez em 2016. Não obstante, comparando com todos os meus colegas, entre prós e aspirantes, eu continuo a ser a que tem mais dificuldade. É um facto. E sei que não nos devemos comparar aos outros. Sei que a única comparação que devemos fazer é entre quem somos e quem fomos. Ainda assim, há dias em que me sinto frustrada. Frustrada por sucessivamente ter medo, ter receio, bloquear-me e fracassar. Mas continuo nas tentativas e sei que devo fazê-lo. Nada me tem obrigado mais a trabalhar o ego. Nada me tem forçado mais a trabalhar a...

Abençoada 💛

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Temperança

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 Ao longo dos últimos três anos tenho voltado ao mesmo "ponto crítico" várias vezes. Mais vezes até do que gostaria. Mas sei que, ainda que volte, há uma mudança gradual na minha forma de sentir e vivenciar a dor. A possibilidade de transmutação dá-me esperança, traz-me a fé de que, um dia, eu olhe para aquele quadro e não sinta mais do que gratidão, e que o coração curado possa, por fim, se despedir. O fosso vai sendo ampliado. Cada vez é maior a distância entre o que foi e o que é e a Lídia que é também se começa a parecer diferente da Lídia que foi. Ainda bem que assim o é. Ainda bem que a vida nos permite tomar novos rumos depois de termos tido de chafurdar na lama. Ainda bem que  depois da tempestade vem a bonança . E ainda bem que reconheço essa bonança em coisas tão simples e corriqueiras. (Foto tirada da net pode ter direitos de autor)

Do silêncio nas caminhadas solitárias

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Assim, vou fazendo o que resta... caminho.

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Para os pouquíssimos que me leem, ou me venham a ler, informo que mudei o nome deste blog.  Depois de 10 anos em mergulho no esoterismo e a rebuscar palavras cujo significado eu talvez nunca tenha efetivamente entendido, resolvi simplificar. Chamei-o agora de A Caminhante porque caminhar tem sido uma das atividades que mais paz e tranquilidade me tem trazido na minha vida. E talvez sejam estes os momentos em que eu tenha conseguido encontrar mais respostas, ainda que quase sempre numa escala diminuta. Tenho partilhado as minhas dúvidas e ansiedades com as minhas amigas mais queridas. Mas não vemos todos as mesmas coisas, nem acreditamos todos nas mesmas coisas e há um momento em que temos de concluir algo por nós mesmos e não está a ser fácil fazê-lo. O tempo em que estive envolvida nesta vaga de pseudo-espiritualidade tinha-me trazido, pelo menos, a sensação de pertença a algo e agora, semelhante à extração de um dente sem anestesia, sinto diariamente o buraco vazio que lá ficou ...

Faith is a gift. Ask for the gift

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23 de maio. Após um abril de praia, maio trouxe chuva. Ainda assim não está frio. Eram cerca das 17h30. Não me apetecia ir ao ginásio. Quero casa. Opto por caminhar até Alcântara e até lá chegar sou abençoada com uma carga de água. Pessoas refugiam-se nos beirais, nos cafés, nas paragens do autocarro. Eu não paro. Sigo. Ouço o trovejar, os flashes dos relâmpagos e sinto que é a voz Dele. Entra-me pelas narinas o cheiro de relva molhada. Encolho-me debaixo do pequeno chapéu e sigo. É maravilhoso. Mesmo na altura em que eu procurava a magia, eu já valorizava estes momentos. Hoje ainda sou mais grata pelo reconhecimento Dele nesta imensidão. Ainda assim, não sei se acredito. Mas preciso de falar sobre a minha dúvida porque para superar dúvidas é preciso reconhecê-las. Não sei se acredito, mas quero. Ouvi ontem e talvez isto resuma tudo: Faith is a gift. Ask for the gift.

Pelos caminhos da fé

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Recebi um presente especial de uma amiga especial: uma Bíblia para anotar, capa cor-de-rosa e argolas. Tão a minha cara! Tenho lido algumas passagens, tenho procurado explicações para partes da Bíblia que eu leio e não entendo, e tenho serenado com as partes que leio e entendo. Tenho resistência a assumir que esta é a verdade. Eu não sei qual é a verdade. Sou um ser humano, com imperfeições, condicionamentos e opiniões. Apesar disso, tenho-me sentido melhor por recorrer a este livro sagrado. Não sei muito bem como orar, nem o que é suposto dizer. Peço? Desabafo? Agradeço? Já por diversas vezes me disseram que sou muito mental. Talvez seja por aí que eu resolva alguns dos meus bloqueios: pensar menos e sentir mais. Comecei também a frequentar a missa. Não me identifico como cristã, mas senti necessidade de perceber como me sinto neste local. Percebi que prefiro capelas ou igrejas mais pequenas a igrejas maiores. Percebi que os cânticos me incomodam um pouco. Gosto do silêncio e ...

Por qual verdade?

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Não tenho conseguido que as palavras me saiam. Talvez porque entro numa fase de vulnerabilidade e receio que o que penso e sinto se revista de vitimização e fraqueza. Vim para o meu cantinho predileto junto ao aqueduto, hoje infelizmente com mais barato devido a umas obras próximas. Observo ao longe o miradouro de Monsanto e reflito uma vez mais sobre a minha vida e as minhas escolhas. Como já referi anteriormente, a minha fé sofreu um abalo e nos últimos tempos tenho procurado as respostas em outros locais e credos. A conselho de uma amiga peguei na Bíblia. Li ontem a carta de São Tiago. As frases revestem-se de sabedoria, mas não sei se é por aqui que devo seguir. Os católicos fervorosos dizem que Deus é o único caminho, mas será que é? Será que Ele existe? Há uma parte de mim que quer acreditar. Há outra parte que tem medo. Se Ele existe talvez eu já tenha blasfemado tanto que não seja mais possível redimir-me. Eu quero a verdade, mas tenho medo da verdade tal como tenho med...