Outsider

Enganei-me e engano-me em muita coisa. Sou orgulhosa e arrogante. Dei-me conta disso nos últimos dias. Anseio pelo reconhecimento mesmo quando acho que não preciso. Analisei as minhas mais recentes reacções e tornou-se claro para mim. Talvez por isso eu fuja tanto das pessoas. Na solidão os meus defeitos não são tão notórios porque movimento-me num palco feito de monólogos. Trabalho a solo. Não é o ideal e sei que no fundo eu quero dar de mim, quero entregar-me, quero estar presente. A minha sobrinha - e nisso as crianças são fantásticas - mostra-me isso mesmo em mim. Mas eu desconfio mais do que confio. E ainda que querendo estar em presença, é mais comum a minha ausência. 
A mudança nas minhas crenças ainda me tornou mais solitária porque agora já nem me identifico com as palavras que vou encontrando no mundo esotérico. Retirei-me desse mundo e, vendo-o de fora, deixei de compreender a sua linguagem. Estranho não é? É como se, de repente, falassem numa língua estrangeira que eu não domino.


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