"Deixa ir!"

Revivo as minhas emoções de acordo com o meu ciclo interno, em constante oscilação entre expansão e retração. Vou-me conhecendo melhor e identifico estas minhas fases. Identificando-as preparo-me para o que vem. 

Já percebi que em determinados momentos faço sempre isto ou sempre aquilo, reajo desta ou daquela forma. Ontem, enquanto me aninhava entre os lençóis, desafiei-me a fazer diferente.

Há sempre uma frase que me acompanha: "Deixa ir!" Se bem que haja neste deixar ir a impossibilidade - provisória, desejo eu - de deixar ir a própria necessidade do "deixar ir", quero acreditar que um dia não terei sequer de me debater com as velhas questões do passado porque terei, entretanto, superado. 

A verdade é esta. Eu quero mesmo deixar ir certas coisas. Não é fácil, porém. Os meus sonhos trazem-me o passado. Fazem-me relembrar. A mágoa ainda existe e sei que, no fim de contas, todo este meu repúdio pela "pseudo-espiritualidade" tem origem num passado muito mal resolvido.

Ainda assim, há coisas boas. A minha necessidade de cortar com antigas crenças fez-me olhar para a vida de outra forma e se, numa fase inicial, talvez o possa ter feito por teimosia ou dificuldade de aceitação de certas suposições, hoje não consigo mesmo aceitar nem validar o que em tempos dei como certo.

Estou mesmo a mudar de direção na minha vida e sinto-me bem por isso. E é aqui que este "deixa ir" faz tanto sentido.



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