O que depende de nós!
Viver
é difícil porque viver não é apenas existir, nem deixarmo-nos arrastar pela
maré.
Viver é fazer, é produzir, é deixar a nossa marca no universo, é agir. E
tudo isso é difícil porque não somos máquinas que se limitam a fazer acontecer.
Somos seres humanos com sentimentos e emoções que tanto nos impulsionam a dar
um passo em frente, como nos limitam.
É bom
sentir a adrenalina a correr-nos nas veias. É bom sentir o coração a bater mais
forte. Mas, e quando isso provoca dor? Qual algo que era prazeroso, se torna
doloroso?
Bem,
faz parte. Já Platão falava nos contrários para tentar justificar a
imortalidade da alma n’ O Fédon. Na
altura, não fui mais longe do que os conhecimentos que me eram transmitidos
pela minha professora, mas hoje entendo que, da mesma forma que só entendemos o
bonito através do belo, o pequeno através do grande, e vice-versa, também só
podemos entender a felicidade através da infelicidade, a dor através do prazer.
Ou seja, só faz sentido um se conhecermos o seu oposto. Só sabemos o que é a
felicidade se antes tivermos sabido o que é a infelicidade. E, supostamente,
deveria ser isso que nos devia motivar para preservarmos os melhores estados de
vida.
Mas
por que não acontece?
Bem,
primeiro, há situações que claramente nos ultrapassam. Seja carma, destino,
acaso, azar, mau feitio, teimosia, ou o que quer que se possa chamar.
Depois
porque, infelizmente, nem sempre aprendemos à primeira. Às vezes nem à segunda,
nem à terceira. E depois queixamo-nos que nos está sempre a acontecer as mesmas
situações.
Why
me? Why me?
Parece-me
(digo eu que sou amadora nestas coisas) que será assim até aprendermos.
Se for
a bem é fantástico! Convém que seja a bem, porque quando não é, o destino
dá-nos uma chapada daquelas que nem nos aguentamos em pé.
Frequentemente,
adoptamos o papel de vítimas porque isto ou aquilo nos aconteceu, mas e se a
vida até está a ser gentil e nos está a poupar a certos dramas?
- · Afastou de nós aquela pessoa que não presta;
- · Aproximou-nos a outras que nos ajudam a consertar o que outros partiram;
- · Permite-nos dedicar a actividades diversas e inovadoras que nos fazem distrair dos nossos pseudo-dramas;
- · Coloca-nos em situações que nos ajudam a revelar caractarísticas e qualidades em nós que desconheciamos.
Visto
desta forma, não parece assim tão mal.
É
certo que podemos falar de lágrimas e de tudo o que custa. Eu poderia fazê-lo
se não tivesse decidido, à priori, que não vou falar dos meus dramas
existenciais neste blog.
Como
diz a analogia do copo com água, é possível vê-lo meio cheio ou meio vazio.
Optemos
por ser felizes! Se tudo falhar, nada como uma garrafinha de vinho tinto
debaixo da cama . :)
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