Escolhas!
Sempre
acreditei na existência de vidas passadas e futuras. Quando falo deste assunto
com pessoas bastante mais pragmáticas do que eu, acabo por receber um sorriso
irónico e um comentário em tom jucoso. Nada que me afaste muito das minhas
convicções!
Sou
católica não praticante. A minha mãe ainda guarda um álbum de fotografias do
meu baptismo e um álbum de fotografias da minha primeira comunhão.
Nunca
tive paciência para assistir a missas. Ainda me lembro de uns valentes tabefes
que levei da minha mãe quando um bando de beatas lhe falaram do ataque de riso
que tive no meio de uma missa. Considerando que era uma miúda, não entendo o
porquê do drama!
Confessei-me
umas duas vezes. Não achei piada ao facto de ter de dizer o Pai Nosso e a Ave
Maria umas 10 vezes cada, e nem me senti muito redimida depois de o ter feito.
Nunca
percebi a lógica inerente a estas manifestações religiosas e afastei-me.
Afastei-me do catolicismo, dos seus ensinamentos, até me dar conta que o pouco
que sei aprendi com os filmes, não com as aulas de catequese.
Sei
que há quem não concorde comigo, quando busco no passado explicações para o meu
presente. Um tal passado longínquo que não me recordo. Talvez seja um consolo
para mim, apenas. Mas não vivemos todos nós para a busca de tais consolos?
Acreditar
que terei outra oportunidade acalma-me tal como acalma muitas pessoas acharem
que depois desta podem descansar de vez.
O
acreditar neste caminho interminável traz contudo outras considerações.
Começamos a olhar para as pessoas que se cruzam connosco de outra forma e
interiorizamos que todas elas nos trazem uma mensagem, uma aprendizagem.
Faz-nos
questionar com mais frequência “O que tenho eu de aprender”.
De
facto que tenho eu para aprender? Imagino que muitas coisas. Mais quais serão
mais prioritárias? Quem definiu a prioridade da minha aprendizagem?
Encontro-me
hoje em situações idênticas a situações do passado. Tento, com alguma
dificuldade, agir de forma diferente. Talvez seja essa a aprendizagem. Perceber
o que correu mal e fazer melhor.
Em
última instância somos responsáveis pelas nossas próprias escolhas, e o que nos
sucede não mais é do que uma consequência dessas escolhas.
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