Conhece-te a ti mesmo!
Sempre que entro naquela sala de conhecimento, não resisto a fixar a minha atenção nas palavras cravadas na parede: "Conhece-te a ti mesmo!" Confesso que a minha mente se distrai e, tantas vezes, dou por mim a não prestar a atenção que seria devida às palavras dos meus mestres. Fico a pensar nesta frase, aparentemente tão simples, mas ao mesmo tempo tão complexa.
Muitos dirão que se conhecem bem e rejeitarão qualquer necessidade em desbravarem os recônditos das suas almas. Eu não sou uma dessas pessoas. Admito que ainda sei muito pouco da vida e, sobretudo, de mim mesma, com a mesma certeza com que reconheço que, apesar disso, conheço-me melhor hoje do que há 10 anos.
Tenho gostos tão variados que vão mudando em trimestres como as estações do ano. Gostaria de ter tempo para saber tudo, mas faço um uso insuficiente do meu tempo.
Sei, apenas, que gostaria de ser feliz, mas não sei exactamente o que isso significa, nem as condições à priori para se atingir esse estado.
Precisaria eu de ter todo o amor do mundo?
Quanto mais penso, mais percebo que não.
Feliz é o que o é com pouco, acabo por pensar eu, ainda que não sejam claros os argumentos que me permitam fundamentar este ponto de vista.
Talvez a felicidade seja apenas e tão somente paz de espírito, um músculo mental que nos permita devolver um sorriso à vida quando tudo corre bem e, principalmente, quando tudo corre mal.
Sim, acho que é isso que eu procuro: paz de espírito. E depois de tantas palavras escritas em tantas folhas de papel, ou tecladas no computador ou partilhadas na blogosfera, percebo que este desejo é o que se tem mantido inalterado ao longo de quase 33 anos de existência.
Dei por mim várias vezes a olhar pela janela daquele 14º piso do escritório e a imaginar toda uma vida e existência para além das aparentes limitações. Hoje percebo, e nem me sinto surpreendida, que a maior e mais impressionante viagem é a que fazemos dentro de nós.
A minha não começa aqui. Recomeça.
Sem dramas.
Sem mágoas.
Se assim o conseguir, sem tristezas, na busca pela acalmia interior.
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