Desejo de liberdade!
Hoje
foi dia de eclipse do sol (parcial em Lisboa). Teve o seu ponto máximo às 9h01,
hora local. Apesar de não ser aconselhável, não resisti a olhar pelo vidro do
autocarro a caminho do trabalho.
Avizinham-se
tempos difíceis no colectivo.
Li há
tempos que o ser humano, durante os próximos anos, habituar-se-á a viver com
muito menos. Se for com menos bens materiais, até fico contente. Chega de
consumismo exacerbado. Constantemente a adquirirmos mais do que precisamos, sem
nos concentrarmos no essencial, o desenvolvimento da alma.
Concentrássemos a nossa atenção no interior tanto como fazemos com o exterior e imagino que
seriamos todos mais felizes.
Estou cansada, admito! E não digo “cansada” em forma de lamúria. Mas aquele cansaço de uma alma que quer ver-se livre da poeira e não sabe muito bem como fazê-lo.
Apetecia-me
libertar-me de tudo o que está a mais e seguir descalça por estas ruas. Descalça
mesmo! Sentir a terra nos pés e caminhar até ganhar calos e não poder mais.
Respirar a natureza, olhar para o que me rodeia, prestar atenção, reparar em
todos os pormenores,...
Não
precisar de muito, a não ser o essencial. Não necessitar de ninharias. Não
ficar extasiada com um prato de comida. Não ficar carente de afectos. Não
mendigar amor de ninguém. Livre apenas!
Não
seríamos todos mais felizes assim?
(É a
segunda vez que oiço sirenes. Será que o eclipse começa já a provocar estragos?
Bem vistas as coisas, é o ser humano que estraga tudo, não é a natureza!)
É preciso
deixar ir, abdicar, desapegar, digo eu todos os dias a mim mesma. Não criar
expectativas em relação a nada nem ninguém. Não enaltecer nada nem ninguém.
Sermos,
por fim, nós mesmos. Apenas nós menos em toda a nossa fragilidade, munidos
apenas de sonhos e força de vontade em fazer melhor hoje do que fizemos ontem.
Comentários
Enviar um comentário