Há dias que me fazem pensar nas complexas teias elaboradas pelas aranhas.
Há
dias que me fazem pensar nas complexas teias elaboradas pelas aranhas. Também a
nossa mente é assim, de pensamentos que entrelaçam sonhos, ambições, medos,
desejos, paixões...
A
complexidade da vida reside na complexidade do ser humano. Somos como uma
pintura na qual o artista vai dando mais uma pincelada e mais uma e mais uma
durante um tempo que nunca acaba. O pintor somos nós. Pintamos a nossa vida.
Pintamos a vida dos que nos são mais próximos. E, se tivermos papel relevante
na sociedade (seja para o bem, seja para o mal), até podemos pintar a vida de
pessoas que não conhecemos, rostos que não vislumbramos e que, aparentemente,
nem connosco interagem.
Aparentemente!
Porque tudo é aparente!
Apesar
dessa complexidade, e apesar da complexidade poder, por vezes, fragilizar-nos,
o verdadeiro filósofo responsabiliza-se pelo que lhe sucede. Responsabiliza-se
quando sabe o porquê. E creio eu que ainda se deverá responsabilizar mais
quando não sabe a razão.
Somos
o resultado das nossas escolhas que desenham o caminho que cada um de nós acaba
por palmilhar. E há que ter destreza e convicção, mesmo que.... enfim,... mesmo
que doa. Porque dói. Há dias em que dói mais do que noutros dias, mas tem de
ser.
Como
diz Shakespeare: “O homem corajoso morre uma vez, os cobardes morrem várias
vezes”. Na coragem podemos não ganhar tudo o que queremos, mas na cobardia
perdemos tudo.
Seguimos o rebanho, completamente cegos. Ou nem seguimos, ficando
inertes numa concha vazia até chegarmos ao ponto em que não nos reconhecemos e
questionamos como podemos chegar a um estado de tão grande apatia.
A
nível pessoal, sinto-me por vezes hipócrita, tentando pregar um sermão que
difere das minhas ações.
Pensei
eu, um dia destes, que o que digo é a pessoa que gostaria de ser. O que faço é
a pessoa que sou. Mas talvez não seja assim. E talvez, apesar das dificuldades, possa um dia atingir um consenso entre o pensamento e a ação, harmonizando o
meu interior e permitindo que esse interior se transponha para os meus actos de
uma forma positiva.
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