Estados de alma

No Sábado fui conhecer a loja de Móveis Orientais (by Revivigi), perto da Fábrica de Braço de Prata.
O espaço é magnífico, os donos são de uma enorme simpatia e disponibilidade, e as peças que têm para venda são muito diferentes das que estou habituada a ver em lojas.
Estava decidida a comprar algo e acabei por optar por uma caixa de madeira pintada à mão. Pelo que me explicaram, estas caixas são feitas na Mongólia e não há duas caixas iguais.





















Este foi talvez o momento alto do meu fim de semana que, como mais tarde percebi em conversa com uma das minhas melhores amigas, é um dos momentos em que eu, de certo modo, saio de mim e torno-me numa alma/turista em viagem.
É complicado explicar a sensação e, com a excepção desta minha amiga, não sei se é fácil para os demais entenderem-me.
Eu sou eu e estou em mim, no corpo que me foi dado. Mas há momentos, e sobretudo em locais específicos que estimulam estas minhas incursões internas, em que eu não sou a alma na matéria, mas a alma que usa a matéria para se deslocar. Eu vejo-me para além do meu reflexo no espelho e são esses os momentos em que sinto o que julgo ser a plenitude que não se move pela carência nem pelo excesso.

É um estado de neutralidade que não deve ser confundido com apatia. Não estou feliz, nem triste. Apenas estou. E esse estado dura até a um regresso que não é visível aos olhos, mas apenas sentido.

Naquele dia o momento durou entre o instante em que coloquei as mãos no volante para ir até Braço de Prata, até ao instante em que regressei ao meu carro.

Alguma vez se questionaram para onde estão a ser levados quando saem de casa para irem a um local? No sentido de perceberem que entre o ponto A e o ponto B há todo um caminho de passagem que vos influencia consciente ou inconscientemente?

Acho que a maioria de nós vive tão em piloto automático que talvez nem preste atenção a estes pormenores, mas para mim eles são tão importantes. Quanto mais eu "olho" mais eu me lembro de "onde" venho, mesmo que não consiga descrever este onde. Mas creio que é aquilo que comummente chamamos de lar.

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