Sábado





O meu Sábado começou cedo mas fiquei na ronha mais tempo do que desejaria. Por fim, meti-me no carro e pus-me a caminho, sem destino. Pensei em vários locais mas nenhum me satisfazia. Deixei-me ir até onde o combustível me permitisse chegar e regressar a casa. A meio do caminho, apenas na companhia dos meus pensamentos, pedi à vida que me encaminhasse. Aqui estou a escrever num cafezinho de esquina em Paço de Arcos.
Esta ausência de rumo é me bastante familiar. Não há drama aqui, apenas constatação.
Mas sabem o que é curioso? Acabo por prestar muito mais atenção às pequenas coisas do momento.
São locais novos estes. Imagino a quantidade de pessoas que já passaram por aqui. Em menos de 50 anos a maioria dos que agora aqui se encontram, já não estarão neste plano.
A transitoriedade da vida é um facto de fácil comprovação. As fotos em que me capto a mim mesma já registam os meus cabelos brancos. Não desejo escondê-los. A bem da verdade, já não desejo esconder muita coisa sobre quem sou, nem a beleza que reconheço numa simplicidade que talvez para os outros não tenha qualquer interesse.
Por fim pergunto-me se sou feliz? É raro colocar-me esta questão porque acredito que a felicidade e a infelicidade são o mesmo, variando apenas em grau.
Estou apenas. Estou na existência, no presente, no momento. E sinto-me em paz.

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