Atualidades
Ao abrigo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 157/2021, e por não cumprir os requisitos, estou impossibilitada de frequentar restaurantes ou de consumir no espaço de refeições das superfícies comerciais. Tudo isto me tem passado muito ao lado e pouco ou nada pesa em mim.
No entanto, ontem, na hora de almoço, enquanto me dirigia para uma loja para comprar material de escritório, passei por um corredor onde ficam alguns dos restaurantes das Amoreiras. Acho que pela primeira vez tive a consciência/choque do que se está realmente a passar.
Estavam pessoas sentadas às mesas, sem máscara, a comer, a falar animadamente uns com os outros. Se eu quisesse fazer o mesmo, não o poderia fazer.
Esta limitação não se deve ao facto de eu estar ou não doente. Esta limitação deve-se ao facto de eu ter feito uma escolha, escolha essa que, segundo os nossos governantes, e com o apoio de uma franja (grande? pequena?) da população, não me deve permitir o acesso a alguns dos serviços.
Não me sinto realmente afetada, até porque quanto mais vejo no que a sociedade se está a tornar, menos vontade tenho de fazer parte dela. Mas ao mesmo tempo percebo que este sentimento não é o melhor. Queira eu ou não, faço parte deste mundo e não creio que contribua muito para ele se me agarrar à minha própria auto-exclusão.
Talvez eu ande mesmo contra a maré. Não existe em mim o desejo de que as coisas voltem a ser como eram. A sociedade tornou-se extremamente materialista e o "voltar ao que era" incide no prolongamento desse materialismo exacerbado. Não me revejo nesse desejo de regressar a um normal que não seja mais pelo homem e menos pelos bens.
Mas enfim, este é o meu ponto de vista, individual, limitado e relativo.
O futuro dirá para onde irá pender a balança... se é que é penderá sequer para algum dos lados.
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