Ano Novo

Uma amiga minha testou positivo para a C*v*d.
Não era assim que eu imaginava começar um post no primeiro dia do ano, mas resolvia fazê-lo porque sinto que é importante.
Como já tinha referido antes, não estou com espírito natalício.
Passei a passagem de ano deitada a ouvir os foguetes ao longe e a música pimba que a vizinha do andar de baixo tinha colocado em altos berros.
Não foram dias fáceis. Por mais forte que eu queira ser e por maior que seja a gratidão que eu anseio por mostrar, não foram dias fáceis.
Não tenho de estar sempre bem. Não tenho de fingir. Não tenho de me enganar.
Não sei o que desejo realmente. Hoje no carro, após uma breve passagem pelo único café aberto que eu e os meus pais encontramos, dei por mim a questionar-me sobre o que realmente pretendo da vida.
Veio-me à mente a imagem de um monge, em posição de lótus, a meditar. Quero aquela paz que os monges aparentam ter. Quero um silêncio consciente, mas não quero uma solidão que, em plena consciência, eu sei que é apenas uma fuga.
Não consigo uma clareza nos meus pensamentos, nem uma imagem que vá para além da daquele monge sentado em posição de lótus, a meditar.
Enquanto me deitei na banheira de água quente, deu-me vontade de chorar. Sei que faço escolhas, tomo decisões e receio não estar a escolher o certo. Errar é humano mas tenho medo de errar. Tenho medo de que o peso das minhas escolhas se torne penoso.
Na verdade, tenho medo de ser um ser humano preso à sua fragilidade e imprevisibilidade da vida.
Não quero sentir dor. Tenho medo de sentir dor. Tenho medo de sentir. Tenho medo de quando o coração descongela e o músculo ganha uma velocidade à qual eu não estou habituada.









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