Ouvir a alma [Sonho]
Há algo que se apaga em mim, uma parte de ego inflamado. Considero isso bom.
Vou-me retirando das esferas visuais. O meu leão desce do palco. Mas fá-lo em consciência. Dá as mãos ao crustáceo que tantas vezes rejeitei. O sol alia-se à lua, ou a lua alia-se ao sol. Partes do inconsciente tornam-se conscientes. A tocha é passada das mãos daquele que quis brilhar para aquele que agora se quer curar. Há algo de profundamente belo neste processo. Digo-o com uma espécie de emoção na voz.
Tive hoje um sonho revelador a propósito de tudo isto.
Um homem do meu passado e uma mulher do meu presente representavam os meus dois lados: racional e intuitivo. A mulher decidira cozinhar uma refeição para homens encarcerados numa prisão porque considerava que qualquer alma podia ser salva e redimida quando se fazia algo de bom por ela através da bondade e do amor. O homem acusou a mulher. Adotando uma postura que, no sonho, me pareceu tão sofista, ele pretendia mostrar que há destinos marcados e almas que não podem ser salvas.
Todos o aplaudiram de pé e a mulher baixou a cabeça pedindo desculpa.
A mulher que eu conheço não é pessoa de se deixar derrubar facilmente, mas talvez eu seja, e duvide frequentemente do poder do amor e da cura e do meu próprio poder e valor pessoais.
Algo me disse que deveria encontrar um maior consenso dentro de mim, que conciliasse estes dois lados, sem os excluir. Irei esforçar-me por isso. Quando a nossa alma fala connosco, é importante ouvi-la.
(Imagem retirada da net)
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