Sintra

Hoje saí de casa, peguei no carro e conduzi sem rumo muito definido. A minha voz interior dizia-me: “Vai, deixa-te ir, saberás para onde ao longo do caminho!” Parei em Sintra. Estava um dia lindo, não de sol, mas encoberto. Para mim Sintra é linda sob uma capa de nevoeiro. Há algo de mágico e de transcendente. Sei que estava à procura de respostas, mas não tinha definido nenhuma pergunta à priori. Qualquer resposta serviria por esse mesmo motivo. Sejam as respostas que me são trazidas pelo vento, sejam as respostas que encontro na terra, junto às arvores ou quando toco numa flor.

Há beleza e perfeição em tudo. Quem, como eu, se deixe fascinar com o movimento dos ramos que se agitam com a brisa, saberá do que falo!

A natureza é mestra em relembrar-nos sobretudo que tudo tem o seu tempo e ritmo certos. A natureza não se apressa, não compete. Ela é o que é, bela como é, perfeita como é. É esse reconhecimento que me falta às vezes. Uma sofreguidão que me cega! Uma urgência constante em criar algo quando ainda nem preparei a terra onde irei colocar os andaimes.

Tenho de parar, tenho de aprender a parar, tenho de me autorizar a parar para me ouvir com o mesmo fulgor e vontade com que oiço o vento ou as ondas do mar.








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