Refúgio - 1 (14.03)

Entrei em refúgio. Eu e a minha gata. Preciso. Retirei-me das redes sociais, mantendo-me apenas aqui onde só me encontrará quem de facto andar à minha procura.
Sonhei. Quando acordei lembrava-me de parte do sonho. Três momentos distintos:
- O roubo de uma jóia valiosa por três mulheres. Uma artimanha criada pelas três para que, passados 4 anos, pudessem vender a jóia e ficarem ricas;
- Uma suposta viagem minha até ao Brasil (ontem, antes de me deitar, pedi para que o meu espírito pudesse ir viajar e aparentemente o meu pedido foi atendido). Lembro-me de ter ido de avião para o norte do país e de, posteriormente, alugar um carro e conduzir até ao sul para uma daquelas terras lindas que, agora que penso bem, me faz lembrar Itália. Go figure it !
- No terceiro momento, encontro-me num hotel sentada na varanda frente ao mar. Mar lindo e calmo. De repente começam a formar-se ondas enormes. Não sei se alguma vez partilhei isto, mas tenho medo do mar. Só de me imaginar caída no mar revolto me deixa atormentada! A dado momento, fujo para o quarto, eu mais umas amigas, mas mesmo no quarto as ondas batiam contra as janelas. Uma dessas amigas é uma colega minha, advogada, que acredito surgir no meu sonho para representar a justiça. Passado algum tempo, um navio chega e a minha colega levanta-se estupefacta gritando que aquele navio, tratando-se de um navio de guerra, não devia ser autorizado a atracar. Corre para o telefone e avisa alguém.
Quando acordei tudo me fazia sentido e acaba por refletir os meus gostos e medos atuais, desde a beleza do passeio até ao receio de um conflito a nível global.
Na última semana, não se fala de mais nada a não ser de Covid 19. Energeticamente, tudo isto me começa a afectar. Por um lado, tenho de lidar com o problema a nível colectivo. Por outro, tenho as minhas próprias preocupações que, por mais que eu tente, - mas nem é aconselhável! - não consigo colocar de lado.
Estamos isolados e sinto-me sozinha. À minha solidão, veio assim juntar-se o isolamento colectivo.
Acredito ser capaz de lidar com cada uma destas situações em momentos diferentes, mas ao mesmo tempo, torna-se um desafio imensamente grande.
O porquê de me retirar então das redes sociais? Parece contraditório?!
Desde que me lembro de ser gente que busco a validação do outro. Já falei imensas vezes disto, já escrevi imenso sobre isto, até vezes demais.
Esta necessidade está a tornar-se crónica. Ninguém quer uma doença, muito menos crónica, por isso, se eu percebo que este é o meu comportamento habitual, e se eu não quero isso para mim, tenho de fazer algo, tenho de tomar alguma decisão.
A crise actual obriga, a mim e aos outros, a:

- PARAR
- REAVALIAR ATITUDES E COMPORTAMENTOS

- E DEPOIS AGIR

Sei o que faço habitualmente, mas também sei que não o quero fazer mais. Há certas decisões que são como extrações sem anestesia, dolorosas mas necessárias.
Espero, muito sinceramente, ser capaz de cumprir com as minhas próprias directrizes.
O governo dá-nos normas a aplicar relativamente ao comportamento em sociedade perante esta ameaça. Mas também cada um de nós, acredito eu, deve definir as suas directrizes internas de modo a sair desta fase renascido e com uma versão de si mesmo melhorada.


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