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A mostrar mensagens de março, 2015

Caminhar

É difícil não fraquejar. E há momentos em que saímos numa fuga precipitada pelo erro de acharmos que a solução reside na simplicidade. Todo o ser humano tem dentro de si um lado mais positivo e um lado mais negativo. Na prática devemos trabalhar os dois lados: manter o lado positivo é tão desafiante como tentar vencer o lado negativo. À medida que a nossa consciência se expande, vamos ficando com menos tolerância às nossas falhas. Uma má ação não parece apenas uma má ação. Nela se começam a sobressair as consequências. E mesmo que não vão para além de um valente peso na consciência, esse peso por si só já mói e muito. No caminho ascensional que optamos por fazer, somos um misto e um conflito de emoções. Por vezes, temerários como se estivéssemos sempre prontos para dar a vida no campo de batalha. Mas outras vezes, frágeis como uma criança pequena que se esconde atrás das pernas do progenitor olhando apenas por instantes, com os s...

Que aceitamos nós? Que toleramos nós?

Que aceitamos nós? Que toleramos nós? Por vezes, aceitamos com mais facilidade as falhas dos outros e ampliamos os nossos próprios defeitos, envolvidos por um sentimento de culpa. A culpabilização é tão pesada que, na prática, não resolve o nosso problema. Carregar com a angústia causada pelos nossos erros por si só não traz resolução se não houver uma opção de vida que nos faça querer suplantar esse erro. A verdadeira essência da redenção encontra-se aí. Primeiro, admitindo quem somos ainda que essa verdade sobre o nosso ser seja esquizofrénica, um verdadeiro monstro papão e que nos envergonhe. Depois, começar a trabalhar para a correcção.

Quem sou eu?

Quem sou eu? Ventania sem paixão? Ou paixão de fraco valor? Oh, talvez nada disso! Apenas comédia das que fazem chorar E que nos deixam a pontapear Os reveses da existência para debaixo do tapete. Mas que é a vida sem um pequeno drama? Pequeníssimo drama que nos relembre Que a brandura do tempo é apenas fictícia? E que caminhamos para um término Que na verdade não tem fim... Sossega! Pára quieta! Despe a pele e deixa nua a tua alma! Hoje começa um novo dia! Que interessa o que abdicas Se contas ganhar tanto mais? Quem sou eu? Saberei um dia !

Um dia!

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Há aquele limiar... chegamos, deixamos algo para trás e assumimos um novo compromisso. Compromisso de alma e de coração, daqueles que revolucionam a nossa existência.  Olhamos para trás, por cima do nosso ombro esquerdo e sorrimos como quem diz: Até um dia! Não é dos outros que nos estamos a despedir, mas de uma metade nossa que já se transmutou e se tornou em algo novo. Tal como uma lagartinha antes de se transformar em borboleta! E seguimos, depois, por esses caminhos apenas guiados pela ténue luz de uma lamparina. Valerá a pena? É daquelas dúvidas que existem mesmo antes de se colocar a questão e seguirão connosco para todo o sempre. Mas ao fim e ao cabo, sim vale a pena. Vale a pena tentarmos sem melhores, mesmo se falharmos mil vezes. E vale a pena porque é nessa escolha que está a nossa maior redenção.

Ao som de uma sonata

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Dá-me música quando as palavras faltam, porque hoje não me apetece. Não tenho vontade de reflectir. Não procuro respostas! Não coloco questões. Deixo-me ir embalada pelo soprar do vento, no calor do sol encoberto, no ar da vida, no som dos pássaros. Quero apenas ser gente.  Deixa-me existir e em cada passo que dou, descobrir a minha essência e sentir-me mais perto do mesmo destino.

Pois é...

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Não chores coração!

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Não chores coração! Não vertas lágrimas amargas como se no exterior Estivesse o teu aconchego. A tormenta cega os olhos e ilude-te Fazendo-te crer que perdes o que querias ganhar. Fazendo-te sentir que é devida a tua dor. Consente apenas que ela seja o teu fruto redentor, Que expanda a tua chama, Que te redima dos teus erros. E cure, por fim, as mazelas da tua alma.

Faz acontecer!

Quando não sabes o que fazer e nada te apetece fazer, olha escreve! Escreve devaneios, disparates, palavras sem sentido, deixa frases a meio, abusa das reticências, dá uso às figuras de estilo mesmo que não saibas o que elas são. Mas escreve! Dá forma arredondada aos pensamentos porque te apetece, porque te parece bem. Fá-lo por todos os motivos e ainda mais por motivo algum. Cria algo, planta a semente, faz germinar ao longo das folhas em branco. Deixa a tua marca, a tua essência. Que nelas se encontre aquela parte de ti que viverá imortalizada para todo o sempre. Faz hoje! Faz acontecer hoje! Hoje mesmo! Não amanhã! Hoje! Porque é o teu sonho e se todos os dias são bons dias para se começar e recomeçar, porque não hoje? Não é preciso que ninguém te diga nada. Sê tu mesmo. Brilha!

Ética segundo Deleuze

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“Ética é estar à altura do que nos acontece”, Deleuze (Foto no metro do Parque, Lisboa) Peço desculpa pela qualidade da foto, mas não é fácil tirar uma fotografia numa escada rolante íngreme e em movimento. :) 

Há dias que me fazem pensar nas complexas teias elaboradas pelas aranhas.

Há dias que me fazem pensar nas complexas teias elaboradas pelas aranhas. Também a nossa mente é assim, de pensamentos que entrelaçam sonhos, ambições, medos, desejos, paixões... A complexidade da vida reside na complexidade do ser humano. Somos como uma pintura na qual o artista vai dando mais uma pincelada e mais uma e mais uma durante um tempo que nunca acaba. O pintor somos nós. Pintamos a nossa vida. Pintamos a vida dos que nos são mais próximos. E, se tivermos papel relevante na sociedade (seja para o bem, seja para o mal), até podemos pintar a vida de pessoas que não conhecemos, rostos que não vislumbramos e que, aparentemente, nem connosco interagem. Aparentemente! Porque tudo é aparente! Apesar dessa complexidade, e apesar da complexidade poder, por vezes, fragilizar-nos, o verdadeiro filósofo responsabiliza-se pelo que lhe sucede. Responsabiliza-se quando sabe o porquê. E creio eu que ainda se deverá responsabilizar mais quando não sabe a razão. Somos o resul...

Primavera!

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A Primavera chega... Na Primavera começa o retrato de uma obra que permanece incompleta, retida num primeiro capítulo. “Não há problema!”, é importante dizer ao espírito. As obras vão-se fazendo e concluem-se na altura certa. Volvido um ano, encontro-me nas margens do mesmo rio. Mas não sou a mesma. Nem aquelas águas são as mesmas. Que transmutações estranhas ocorrem dentro de nós que deixam até os dedinhos em frenesim com vontade de escrever! Obrigada a ti que me descobriste!   Obrigada a ti que me magoaste!   Obrigada a ti que me motivaste!   Obrigada a ti que me fizeste voltar a escrever!   Obrigada a ti que me acompanhas!   Obrigada a ti que remendas o meu coração! Em cada caco há um número ilimitado de possibilidades e enquanto as houver..... tudo é possível.

"Comer, orar, amar...." ?

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Já escolhi a minha próxima leitura! Comer muito! Orar qb! Amar está difícil!  :)

Liberta-te!

Demente criatura pareces tu às vezes A bater ferozmente contra a tua prisão De grades invisíveis sob o planalto de metal Onde vivem todos os que são como tu! Por qual liberdade anseias se não sabes o que queres? Pensas saber do muito que quando pesado é pouco. Andas de lado, mãos cravadas na parede, Nem vês a conquista que se desenrola em frente. Choras? Será que choras? Ou finges chorar? Como finges gostar para não dizeres não, Ou gritas sim esmagada pela cobardia em seres tu! Anda! Mexe-te! Acorda! Injecta dose de vontade nessas veias Que se entrelaçam debaixo da pele! Arranca essa frustração acumulada! Expurga esse medo entranhado! Liberta-te!

Desejo de liberdade!

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Hoje foi dia de eclipse do sol (parcial em Lisboa). Teve o seu ponto máximo às 9h01, hora local. Apesar de não ser aconselhável, não resisti a olhar pelo vidro do autocarro a caminho do trabalho. Avizinham-se tempos difíceis no colectivo. Li há tempos que o ser humano, durante os próximos anos, habituar-se-á a viver com muito menos. Se for com menos bens materiais, até fico contente. Chega de consumismo exacerbado. Constantemente a adquirirmos mais do que precisamos, sem nos concentrarmos no essencial, o desenvolvimento da alma. Concentrássemos  a nossa atenção no interior tanto como fazemos com o exterior e imagino que seriamos todos mais felizes. Estou cansada, admito! E não digo “cansada” em forma de lamúria. Mas aquele cansaço de uma alma que quer ver-se livre da poeira e não sabe muito bem como fazê-lo. Apetecia-me libertar-me de tudo o que está a mais e seguir descalça por estas ruas. Descalça mesmo! Sentir a terra nos pés e caminhar até ganhar ca...

Acordar cedo

Não foi desta que fui ao yoga de manhã. Não sou madrugadora, é um facto! É melhor aceitar e procurar alternativas do que me massacrar por algo que pelo menos, por enquanto, não consigo fazer. Hoje então estava ferradinha no sono, a sonhar com o meu cabelo e experiências de alisamento dos meus caracóis! Que coisas absurdas que a nossa mente vai buscar! Absurdas e tão despropositadas! Sonhar que uma mistela qualquer juntamente com água quente a ferver amansava a ferocidade da minha juba. Até no sonho a experiência correu mal e acabei parecendo um pavão. Como não me consigo desligar, ainda, do desejo de acordar mais cedo, encontrei uma dica que me parece proveitosa. “Uma dica é começar a acordar 20 minutos mais cedo todos os dias, até que você consiga levantar na hora que precisa. Assim, todas as noites — em teoria — você também sentirá vontade de dormir um pouco mais cedo do que o normal. Além disso, evite ficar exposto à luz de computadores ou aparelho...

Fernando Pessoa, A Tabacaria

Sou uma apaixonada pela poesia de Fernando Pessoa. Não percebo como não percebi a beleza dos seus poemas há cerca de 15 anos na Secundária e alguns anos mais tarde na Faculdade. As suas palavras entram-me na alma e ainda que não admita a possibilidade de alguma vez escrever algo assim tão bonito, há momentos em que entendo o que o poeta diz como se tivessem sido as minhas mãos a escrever aqueles versos. Adoro especialmente A Tabacaria . Houve um dia em que li e reli em voz alta o poema para saborear cada palavra e cada som. Como eu me sinto às vezes assim naquela dor de pensar! “Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho,  Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida ” Como eu já me senti um fracasso, um nada e até ao desejar ser grande ao ser nada, me descobri pequena! Porque como pode o "nada" valer algo que valha a pena ser desejado? “Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?  Ser o que penso? Mas penso ser ...

Hoje é dia de yoga

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Hoje é dia de yoga. Verifica-se, com maior frequência do que a que seria desejável , um estado de cansaço quando chego ao virabhadrasana e digo para mim mesma que vou fazer uma prática mais curta. Há cansaço, é verdade! Mas às vezes é mais vontade em fugir ao esforço, ao trabalho. É uma preguiça física e até psicológica. É preciso contrariar esses estados antes que eles se apoderem de nós. Se dedico tanto tempo a não fazer coisas úteis, ou muito úteis, como por exemplo as actualizações do facebook, por que não comprometer-me com uma sessão de yoga de 1h30  por dia? Tem de ser! Tem de haver vontade em fazer! Quando ela, essa “vontade”, entra dentro de nós, a motivação acaba por fazer o resto. E esse resto implica fazer o que se tem de fazer por gosto. E quando se faz por gosto, sabe bem! Relembro uma das raras vezes em que me senti a entrar em transe na aula de yoga.  É uma sensação indescritível. Era como se aquele corpo não fosse meu, de tão leve que...

Faça chuva ou faça sol

Acordei hoje com um dia de chuva. Fiquei surpreendida considerando que na última semana esteve bom tempo e já se viam as mangas curtas. Adoro chuva! Recordei que quando era mais jovem dizia que sentia dentro de mim que os melhores acontecimentos da minha vida ocorreriam em dias de chuva. Hoje sei que não é feeling, nem intuição. É mera fantasia. Encontrei há pouco tempo uma frase de Buda que dizia:  “Só há um tempo em que é fundamental despertar. Esse tempo é agora.” Entendo que Buda quer dizer que devemos concentrar-nos no presente e agir; não constantemente agarrados ao passado ou frequentemente a adiar as resoluções para o futuro. Não sei o que temo mais: Viver sabendo que há um passado que não posso mudar ou não saber o que o futuro me reserva. O segredo é fazer o melhor que sabemos, respeitando a nossa estrutura moral e respeitando os outros. Por último, há que ter uma dose de tolerância em relação aos outros e, sobretudo, em relação a nós mesmos.  ...

O que depende de nós!

Viver é difícil porque viver não é apenas existir, nem deixarmo-nos arrastar pela maré.  Viver é fazer, é produzir, é deixar a nossa marca no universo, é agir. E tudo isso é difícil porque não somos máquinas que se limitam a fazer acontecer. Somos seres humanos com sentimentos e emoções que tanto nos impulsionam a dar um passo em frente, como nos limitam. É bom sentir a adrenalina a correr-nos nas veias. É bom sentir o coração a bater mais forte. Mas, e quando isso provoca dor? Qual algo que era prazeroso, se torna doloroso? Bem, faz parte. Já Platão falava nos contrários para tentar justificar a imortalidade da alma n’ O Fédon. Na altura, não fui mais longe do que os conhecimentos que me eram transmitidos pela minha professora, mas hoje entendo que, da mesma forma que só entendemos o bonito através do belo, o pequeno através do grande, e vice-versa, também só podemos entender a felicidade através da infelicidade, a dor através do prazer. Ou seja, só faz sentido um se c...

Questões

Gorda, magra, alta, baixa, com celulite, sem celulite,.... Há uma extensa lista de características e atributos a que prestamos atenção quando nos olhamos ao espelho. Infelizmente, não nos centramos tanto para descobrirmos o que somos e temos, mas sim para imaginar o que verão os outros quando colocarem os seus olhos em nós. Por isso, tantas vezes nos limitamos porque na verdade não vivemos de acordo com as nossas directrizes interiores, mas de acordo com as dos outros, nem vivemos para realizar os nossos sonhos mas sim para realizar os sonhos que nos dizem ser os melhores. Já aconteceu a alguém chegar a uma altura da vida em que não consegue responder à questão: Que quero eu? Bem, eu já estive nessa fase. Às vezes, clarifico as minhas ideias apenas para ficarem turvas pouco tempo depois. Pesa imenso viver de acordo com as expectativas de outrém. E uma vez que nunca sabemos o que de facto os outros idealizam como perfeito, estamos condenados a ficar sempre aquém. ...

Escolhas!

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Sempre acreditei na existência de vidas passadas e futuras. Quando falo deste assunto com pessoas bastante mais pragmáticas do que eu, acabo por receber um sorriso irónico e um comentário em tom jucoso. Nada que me afaste muito das minhas convicções! Sou católica não praticante. A minha mãe ainda guarda um álbum de fotografias do meu baptismo e um álbum de fotografias da minha primeira comunhão. Nunca tive paciência para assistir a missas. Ainda me lembro de uns valentes tabefes que levei da minha mãe quando um bando de beatas lhe falaram do ataque de riso que tive no meio de uma missa. Considerando que era uma miúda, não entendo o porquê do drama! Confessei-me umas duas vezes. Não achei piada ao facto de ter de dizer o Pai Nosso e a Ave Maria umas 10 vezes cada, e nem me senti muito redimida depois de o ter feito. Nunca percebi a lógica inerente a estas manifestações religiosas e afastei-me. Afastei-me do catolicismo, dos seus ensinamentos, até me dar conta que o pouco qu...

Yoga

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Uma das minhas paixões é o yoga. Comecei a praticar o ashtanga há cerca de três anos, mesmo antes de saber que havia vários tipos de yoga e sem saber que poderia haver algum género de prática que me seduzisse mais. Havia um gosto, uma vontade, mas fui levada por impulso a 20 de agosto de 2012 quando bati à porta da casa da minha professora de yoga (a morada do novo shala ainda não estava actualizada no site). Fui uma aluna assídua durante os primeiros seis meses, o que muito me encheu de orgulho. Sentia-me muito motivada e não me importava nada em me levantar às 6h00 da manhã (ainda morava em Benfica), apanhar o 746 e começar a minha prática às 7h00.  A motivação era tão forte que provocou uma verdadeira mudança interna dentro de mim. Descobri o Budismo, desenvolvi um gosto pelos mantras e comecei a ter cuidado com a minha alimentação. Resultado: Perdi peso, substituí as músicas barulhentas pela música para a alma e desenvolvi uma atenção mais apurada em relação ao mundo circ...

Conhece-te a ti mesmo!

Sempre que entro naquela sala de conhecimento, não resisto a fixar a minha atenção nas palavras cravadas na parede: "Conhece-te a ti mesmo!" Confesso que a minha mente se distrai e, tantas vezes, dou por mim a não prestar a atenção que seria devida às palavras dos meus mestres. Fico a pensar nesta frase, aparentemente tão simples, mas ao mesmo tempo tão complexa. Muitos dirão que se conhecem bem e rejeitarão qualquer necessidade em desbravarem os recônditos das suas almas. Eu não sou uma dessas pessoas. Admito que ainda sei muito pouco da vida e, sobretudo, de mim mesma, com a mesma certeza com que reconheço que, apesar disso, conheço-me melhor hoje do que há 10 anos. Tenho gostos tão variados que vão mudando em trimestres como as estações do ano. Gostaria de ter tempo para saber tudo, mas faço um uso insuficiente do meu tempo.  Sei, apenas, que gostaria de ser feliz, mas não sei exactamente o que isso significa, nem as condições à priori para se atingir esse esta...