Cura

É difícil dar ao outro o que julgamos não existir em nós mesmos: capacidade de afeto, de entrega, de confiança, de aceitação e perdão.

O desamor começa naquele coração partido que, agarrado às suas próprias mazelas, ataca antes de ser atacado, magoa antes de ser magoado e fere antes de ser ferido. No final, o destinatário da sua crispação torna-se ele mesmo.

Carregamos em nós o maior carrasco quando não aprendemos, a tempo, a suavizar as nossas dores e a fazermos as pazes com quem somos, permitindo-nos amar os outros e, sobretudo, a nós mesmos.

Há esperança, porém! Há sempre esperança!

Nada disto tem de ser permanente a não ser se assim o decidirmos.

Requer trabalho, vontade e acima de tudo muita aceitação.

💜 Observa cada pedaço de ti em amor; são as tuas pernas que te sustentam, te fazem andar, caminhar e chegar a locais que de outra forma não seria possível; são as tuas mãos que te ensinam a importância do toque; é através dos teus olhos e olfato que te contactas com o que te rodeia...

💜 Caminha para o interior, trazendo luz às partes escondidas ou negligenciadas porque algures no tempo algo ou alguém te fez sofrer…

💜 Desbasta essa selva sombria até encontrares as paredes do teu coração. Recebe-o então nos teus braços. Dá-lhe colo e aceita-o [porque esse coração és tu] como aceitarias um filho que amas.

💜 Quando regressares da caminhada árdua das profundezas do teu ser, relembra-te que todos nós, sem exceção, passamos a dado momento pelas mesmas dores e dificuldades. Somos guerreiros que às vezes necessitam de parar e descansar antes do início da próxima batalha.

Está tudo certo. Caminhadas rápidas e longas, sucessos e retrocessos, lágrimas e risos. Tudo faz parte da panóplia que é a existência humana.

Que cada aprendizagem suavize os corações mais duros e que cada lágrima esconda um sorriso prestes a emergir!

 

A todos, votos de boas curas.



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