Crescer
Sim, é verdade. Dói. Não há forma simpática de falar das dores de crescimento. Remoem cá dentro. Arrancam-nos a paz. Mantêm-nos despertos à noite quando só queríamos conseguir fechar os olhos e esquecer o mundo por umas horas.
Não correu como queríamos. Não correu como desejávamos. Não correu como sonhávamos.
Falta o ar. Sufoca. Podemos correr, esquecer por momentos, mas logo o pensamento nos apanha o passo, e retém-nos na inquietação.
À primeira vista parece cruel que a vida nos prive daquilo que achávamos ser nosso por direito. Mas nada é nosso por direito, a não ser o direito de crescer e aprender. Aprendizagem paga a peso de ouro com pedaços da nossa alma!
Mas tudo passa. Tudo passará. O tempo lava e leva tudo incluindo os nossos velhos EUS que um dia se sentarão à mesa connosco para falar, talvez até com algum humor, do que foi mas deixou de ser.
Quando a minha bagagem me pesa, lembro-me disto. Recordo todas as outras bagagens que foram de viagem no porão do avião das memórias e que por lá ficaram. E percebo que o que dói não derruba, nem tem de matar o que temos de melhor de nós.
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