Agosto
Chegámos a Agosto, o tempo quente, momento das férias e do trânsito mais calmo em Lisboa. Este ano há menos pessoas nas ruas e muito menos interação. É um tempo de paragem, apanágio de 2020. Tenho lido algumas notas astrológicas sobre este período, mas pouco ou nada me suscitam interesse. Diz-se muito do mesmo. Às vezes gostaria que parássemos todos de procurar explicações para o que nos acontece e que nos limitássemos a estar e a ser.
Neste momento não me apetece rigorosamente nada, nem pretendo nada. Desliguei-me do que foi e em relação ao futuro, parece-me que não é a altura de me preocupar com isso.
Ontem enquanto caminhava pela Av. Infante Santo – avenida relativamente sossegada, com algumas poucas pessoas nas esplanadas -, senti que algo nos abandonou. Não falo de uma pessoa, de um Deus, de uma energia… Falo de um tempo que findou e de uma história que terá de ser reescrita, lentamente, pelas mãos de todos nós à custa das nossas próprias desconstruções. E isso assusta-me um pouco. Depois de um estado a marinar, quando arregaçaremos as mangas para nos tornarmos numa sociedade melhor? Será que isso é possível? Que aprendizagem forçada herdaremos nós se não aprendermos a lição a bem?
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