Subsequente

Refugio-me na escrita e na leitura. Puxar palavras de mim é exorcizar os meus demónios. Receber palavras de fora é tentar preencher-me com inspiração. Às vezes resulta, outras nem por isso.
A par do tumulto emocional trazido pela partida do meu menino Leo, estou também na fase da TPM que por norma já me leva a entrar numa espiral de contornos variados.

Não tenho nada planeado. Cumpro o ritual de acordar de manhã, vestir-me, apanhar o comboio, vir para o trabalho e se, ao final do dia, me faltar energia para fazer sequer uma caminhada, regresso logo a casa no primeiro comboio disponível. Não me sinto culpada pela aparente inércia externa. Por dentro, não paro. Não paro de sentir, de pensar, de observar tudo e quem me rodeia e de questionar o porquê de estarmos aqui todos.
Os últimos meses já me estavam a levar a esse questionamento. Os últimos acontecimentos tornaram-no mais premente. 

Não me defino porque não quero fazê-lo através do meu nome, profissão, ascendência ou mapa astral.
Não me defino porque, retirando tudo o que acima listei, não faço realmente ideia de quem sou. Mas tenho notado que acumulo menos pesos na consciência. Há menos camadas coladas ao meu rosto. Há mais sinceridade a escorrer pela minha boca. E por isso, menos "faz de conta".

Ainda assim, estar aqui sentada agora é estar em esforço. O corpo pede-me descanso, pede-me uma cama onde possa dormir. O meu coração pede descanso. A minha mente pede descanso.


P.S. Foto retirada da net, pode ter direitos de autor









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