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A mostrar mensagens de 2019

Resumo

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Resumo de 2019: 24 caminhadas 24 postais 24 mensagens ... Caminhos interiores pelas ruas de Lisboa .

2020

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Hoje sinto-me bonita. Habitualmente é quando escolho a minha melhor roupa, arranjo o cabelo, maquilho-me e encho-me de esperança… Esperança! Pela milésima vez esperançosa! Misturo-me na multidão e oiço palavras, palavras, troca de palavras, palavras que ainda que numa língua tão familiar, o meu cérebro deixa a dada altura de as processar. Apago[-me]. Se beber uns copos de vinho estou pronta para aguentar tudo, tudo o que dói, tudo o que mói. Por norma é nesses momentos em que já não me sinto bonita, mas já bebi o suficiente para não me importar com isso. Relembro-me então que já estive aqui antes, milésimas de vezes antes... Já vivi isto antes… Já senti isto antes... Já fui o faz de conta.  Já fui uma forma, uma representação. Já fui o riso misturado com o choro e entre gargalhadas já gritei em surdina.  Mas hoje não. Hoje sinto-me bonita e não escolhi a minha melhor roupa. Não me enchi de esperança. O meu copo não tem vinho. Não me defino. Não me dou um nome. ...

Dark Horse

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Repito-me demasiadas vezes. Tudo o que possa escrever hoje, já escrevi antes. Ainda assim... ** Ontem perguntei-me a mim mesma se estava orgulhosa de mim e do que conquistei até este momento. Acho que se perguntasse à Lídia dos 15 anos, talvez ela se sentisse desgostosa. Mas a Lídia dos 37 limita-se a encolher os ombros e a sorrir. Talvez não fosse o que escolheria para si, se pudesse escolher. Ou talvez fosse!... ** Iniciei esta semana umas aulas novas que terminam já tarde. Faço o caminho a pé da escola até Santa Apolónia, passando por Alfama, mesmo junto às Portas do Sol. Está frio e chove. Veem-se alguns estrangeiros e as tascas enchem-se com fãs do futebol. Estranho passar por ali àquela hora, sozinha. E quando penso nisto, percebo que toda a minha vida é estranha e que em nada parece seguir os moldes familiares. Ainda não estou completamente em paz com isso mas, por outro lado, não conseguiria imaginar a minha vida a ser diferente.  Se eu conseguisse silencia...

A procura do EU

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E quando ouvires o ribombar dos tambores dentro da tua alma, saberás que estás no caminho certo ...

Tudo e Nada

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Sou este círculo. Aparentemente um círculo vazio. Como não sei exatamente quem sou,  perceciono-o como vazio. Não gosto de olhar para ele. Talvez por ser vazio. Ou talvez por não saber o que ele é na verdade. Durante muito tempo tentei preenchê-lo. Ocupar o meu tempo era preencher este círculo de coisas que gosto e que constituem a minha zona de conforto. Funcionou… durante um tempo. Atualmente sinto que quanto mais tento preenchê-lo maior ele fica. Já não é um espaço repleto de coisas mas um espaço onde há sempre algo em falta. Não sei se é o círculo que está a aumentar ou se é a importância que dou a certas coisas que vai diminuindo. Não há dança que preencha o vazio. Não há yoga que preencha o vazio. Não há palco que preencha o vazio. Não há melodia que preencha o vazio. Mas há qualquer coisa que o preenche. Talvez o vazio se preencha a si mesmo e se reconheça como pleno naquilo que é, mesmo que seja desprovido de tudo. 

Inner connection

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Choose to connect instead of disconnect <3

Quem dá o que pode...

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Julgo não haver fórmulas perfeitas para nos relacionarmos, mas se as há, desconheço. Há um provérbio que diz que quem dá o que pode, a mais não é obrigado. Sendo isso verdade, também é certo que cada um define, individualmente, a sua medida de dar e receber. E define, quiçá, sem qualquer ideia do porquê. [Será que nos conhecemos a nós mesmos assim tão bem?] Liberdade é isto. Cada um dá o que pode. Cada um aceita o que deseja. Cada um fica enquanto o pretender. Cada um parte quando quiser. Isto também pode ser chamado de vida. E às vezes faz-nos [sor]rir. Outras vezes não.

Patience [Quotes]

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“Have patience with everything that remains unsolved in your heart. Try to love the questions themselves, like locked rooms and like books written in a foreign language. Do not now look for the answers. They cannot now be given to you because you could not live them. It is a question of experiencing everything. At present you need to live the question. Perhaps you will gradually, without even noticing it, find yourself experiencing the answer, some distant day.”  Rainer Maria Rilke, Letters to a Young Poet

Gaiola

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Às vezes sinto-me como um hamster preso numa gaiola. Idolatro a roda de girar que tanto abomino e desejo fugir sem me sentir minimamente preparada para o mundo que existe além daqueles quatro cantos. Como anseio pelo que mais temo, como se no fundo soubesse que só quando enfrento o que me assusta me torno verdadeiramente livre!!!

Live yoga off the mat

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So, I’ve decided to put my yoga practice on hold. After 7 years of ashtanga, I switched to yin yoga (for about two weeks) and currently I am practically not practicing at all except for the few poses that I do on my mat. It may sound odd why on earth would I leave behind something so important to me. Truthfully speaking, I am not. I’m not leaving yoga. I am leaving the way I used to see yoga and how I felt I should live it. There’s a saying from Master Yoda where he advises us to “let go of everything we fear to lose”. I had almost always been afraid of losing everything that I thought my body had accomplished. The strength, the flexibility, the dynamic, the discipline. All these things that I believed were making me an amazing person. The thing is I was never better nor worse because of it. We use our body to go deeper like a kind of temple that we have to gain access in order to realize things about ourselves that otherwise we probably would have missed. I am so glad that my yoga...

Dentro

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É talvez dos processos mais dolorosos aquele que nos obriga a olhar para dentro e a reconhecer que, para além de tudo o que achávamos ser, somos mais qualquer coisa.

Guru Purnima 2019

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Today Guru Purnima is celebrated, the day of the Guru and gratitude for his teachings. I have no gurus just people, simple people I admire and some how help me to grow. Lately I've been choosing to let go of these themes, philosophy, spiritual journey, masters, astrology. Only yoga survives... barely!!! None of it bothers me though, what I chose to leave behind and what I decide to chose instead. I think it is ok to chose a different path when we feel in our heart the path we've been following doesn't work anymore. And if the choice ends up being a total mistake, the "mistake" will definitely be the greatest teacher. HAPPY GURU PURNIMA whether you believe it or not, whether you have a guru or not, whether you feel like you need one or not, whether you are ready to have one or not.

Novo Ciclo

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Há um ano mudei de casa e de cidade. Comecei uma nova vida num local em que não conhecia ninguém. A mudança fez despoletar em mim a necessidade de rever imensas circunstâncias da minha vida, uma dela a minha prática de yoga. Sempre senti que praticava pelos motivos errados. E ainda hoje sinto (e sei) que o faço pelos motivos errados. Sou bastante competitiva e a ideia de que alguém faça algo melhor do que eu permanece, à data, algo bastante difícil de gerir. Não tenho orgulho nisto, mas é a mais pura das verdades. E talvez tenha sido a necessidade em sobressair que me levou, tantas vezes, a forçar o meu corpo ultrapassando mesmo o limiar da dor. Tanto ego!!! Tanto apego!!! Sei que Yoga não é isto. Não é uma competição, não é uma corrida, não há metas, não há vencedores nem vencidos. Se sei, por que foi sempre tão difícil colocar em prática? Passados 7 anos, sinto-me cansada e com vontade em abandonar o barco. Esgotei-me na pressa, agarrei-me ao folclore, … Não se atinge a ...

Quem sou eu?

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Quem sou eu? Quem sou eu se não me definir pelo/a(s)... … nome que os meus pais me deram e a relação que mantenho com eles? … a terra de onde vim e todas aquelas pessoas que já conheci mas já não reconheço? … os amigos que tenho e os amigos que deixei? … os amores e desamores? … os sonhos e fantasias? … as ilusões e desilusões? … as crenças e ideologias? … as dores e alegrias? Quem sou eu se retirar tudo isso? Não sei. Não sei. Estranho este desconhecimento de mim mesma!

Resumo

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Expect nothing

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I went to yoga yesterday but it felt different. Nowadays it always feels different. One of my longest relationships has been with yoga. It started 7 years ago. We have had good and bad moments. I went from wanting nothing else but to practice, practice, practice to having to force myself to go to the shala, and the other way around. I hit the bottom several times, I filled myself with disappointment and allowed my ego to get the best of me. But then I would come back and try again. Every thing that was supposed to happen did happen. A mix of joy and tears, trust and disbelief. I had the uauuuu moments and the crappy moments. I did great and I did poorly – all entirely necessary. But relationships are meant to evolve and change. It’s natural! Truly speaking, I’ve lost my addiction and I’m happy for that. It is when we lose the addiction that we can start healthy relationships. Furthermore, my inner child - that was once so lost - is now content with what is, with how fa...

Fugas

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Fugimos. Fugimos dos outros, fugimos de nós mesmos. Corremos meio mundo para fugirmos de onde viemos, das lembranças, do passado, das raízes. Fugimos do medo, sem nos darmos conta de que ele nos segue de perto como a nossa sombra. Fugimos da dor como se a ausência de dor não fosse igualmente dolorosa. Fugimos da perda quando é na fuga que abdicamos do que nunca quisemos perder. Fugimos até nos esquecermos do que nos levou a fugir. Um dia descobrimos que quanto mais fugimos mais caminhamos de encontro ao que tememos.

Até onde os meus pés me levam

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Adoro caminhar sem destino. Deixar que os meus pés vão por onde querem sem pensar muito. Adoro as ruas estreitas e íngremes de Lisboa. Adoro subir e descer escadas. Adoro beber um café numa tasca de esquina. Adoro fotografar a beleza do que a minha alma capta. Preciso destes momentos como do ar que respiro. Momentos simples, banais, solitários, repletos de uma pitada de magia que só pode ser sentida com o coração.  Às vezes penso que estes são os únicos momentos que são verdadeiramente meus.

Stop and breathe

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More than one person has told me recently that I do not listen nor accept advice from anyone. Any kind of criticism can be hard to handle but I have to admit they are probably right. I always wondered how could anyone see something in me that I do not see or realize something about me that I have not yet realized. And then it hit me. We usually don't look to ourselves because it can be very painful to look deeply into our true nature. So yes, I don't always listen. I don't even listen to my own breath. As a yoga practitioner I should. I should take the same to listen. And I should take the time to breathe calmly instead of rushing things. My yoga teacher always says: the breath will take you there, not the muscles. But it is easier for me to rely on my muscles, as it is easier to avoid the things I cannot handle with, as it is easier to run away when things get too messy. I have become a little runaway without noticing it. It is time to stop. My fears are waiting for me ...

Crescer e aprender

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Acredito que vimos a este mundo para evoluirmos. Trazemos uma mala cheia de experiências passadas e caminhamos ao encontro de experiências futuras. Ao longo do caminho iremo-nos cruzar com imensas pessoas. Algumas vão-nos fazer sorrir. Outras levar-nos-ão às lágrimas. Se tivermos sorte, todas nos ajudarão a crescer.

A apreciar a viagem!

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Enquanto não chego lá, aprecio o caminho que me leva até lá. Há dias em que o caminho é bonito. Tem água, relva, árvores, flores e ouve-se o cantar dos rouxinóis. (P.S. Foto tirada em Montes Claros, Monsanto, Lisboa)

Muito mais

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Em terra, mas observo o céu. Respeito as raízes, mas preparo-me para voar.  Posso ser tão mais do que fui levada a acreditar! Quero ir!

Ao serviço

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Não sei fazer melhor. Não sei ser melhor. E hoje não peço para fazer melhor, nem para ser melhor. Peço para aceitar que não sei fazer melhor e muito menos consigo ser melhor. E o que faço e o que sou por hoje chegam.

Rodopios

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Não resistas à mudança quando somente ela te pode libertar de tudo aquilo a que nunca te quiseste prender.

Nada

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Dispo a pele. Abandono-me ao invisível. Retorno ao estado embrionário sem receios e caminho sem nunca olhar para trás. A minha alma serena por fim. Não procuro nada. Não procuro ninguém.

Breathe

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I am a very impulsive person. When motivated by hard feelings I can end up saying things I will regret later. Last January someone told me life would start demanding more from me from now on. She was absolutely right. I thought I would lose my ground but I got tougher. Then I thought I was tough enough to not lose my ground but I completely lost it. I’ve cried when I thought I had no reasons to and smiled while feeling completely broken inside. I have no idea where to turn right now but I know exactly where is the place I want to be. I have all certainties and every doubt at the same time. Lately I have been the nicest person to some people and a true bitch to others in a question of seconds. I’m a mess and I’ve never felt so total in my life. How can I deal with all this? This energy that brings the best and the worst in me? That makes people love me and hate me at the same time? Help. I need to breath.

In

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The more I look inside, the less I search outside.

Peregrinação

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Ando em modo peregrinação, entre fins e recomeços, adeus e olás. Vou caminhando para libertar energia em excesso, sendo certo que liberto mais do que isso. Tenho por companhia uma sensação de estranheza.   Há um ribombar interior eletrizante. Se me disserem naquele momento que sou capaz de tudo, acredito. Não acredito antes nem depois, mas, naquele exato momento, acredito. Semana após semana lá vou eu de mala às costas. Faço sempre o mesmo caminho. Passo sempre pelos mesmos sítios. Termino sempre no mesmo local. Talvez seja a única rotina que nunca me parece rotina.

Sanctuaries [Quotes]

“Sometimes you have to retreat to the sanctuary within yourself so that you can find the peace and strength to continue.” (Unknown Author)

Quem és tu?

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Recebeu novamente a visita dele, dessa força destrutiva e redentora. Sentia tudo como uma dose de adrenalina misturada com veneno injetada nas veias. Não havia cancelas para impedir, nem limites que o fizessem fraquejar. Avançou como um furacão que leva tudo à frente sem medir as consequências. Não pensava. Não cessava. Tudo fluía de forma violenta e agressiva. Ela sentou-se a assistir de camarote, sem nada dizer, sem sequer pestanejar. Ele suscitava-lhe curiosidade, mais do que medo. Viu-o irromper por debaixo da pele rasgando pedaços de sonhos. Viu-o dilacerar lembranças e recordações. Viu-o a abrir e a fechar as mãos como se estimulasse articulações que nunca antes foram usadas. Ouviu-o vomitar palavras sem nexo em catapulta como se, na rapidez com o que o fazia, fosse impossível ordená-las corretamente. Oscilava entre momentos de loucura e lucidez, ria desenfreadamente até lhe virem aos olhos lágrimas de dor. Quando por fim ela se levantou olhou-o nos olhos: o castanho dos olho...

Folhas ao vento

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Foram-se. 1, 2, 3, 4, 5 e tantas outras folhas desprenderam-se dos ramos e rodopiam agora ao sabor do vento. Olhos indiscretos observam-nas naquela dança sincronizada. Nada as agarra! Nada a impede! Nada as detém! Voam certeiras para o seu destino deixando para trás quem as olha. O observador permanece imóvel mesmo depois de as perder de vista. Regista na sua memória o momento da ausência. Apercebe-se então daquela velha árvore enraizada na terra com 1, 2, 3, 4, 5 e outras tantas folhas a menos. Tão descomposta, mas tão majestosa! Mesmo despida a árvore nunca duvida, nem por um segundo, de que continua a ser árvore.

Dançar à chuva

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Vou com a chuva. Vou com o vento. E sorrio. Passo por demente, insana, uma louca sem vergonha. E continuo a sorrir. A chuva limpa-me do que já não serve. O vento leva-me para onde tenho de ir. Vou à confiança de olhos bem fechados. Confio. Já não tenho medo.

Choices

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Sometimes we are asked to make difficult choices, heart-breaking choices, the kind of choices that makes us wonder if we have done the right thing. Can we know for sure? No, we can't. We can only hope for the best. Growing up is about taking responsability for the life we live and the person we are becoming. After so many delusions played by my mind and my own expectations, I just want the truth now. I've understood that even if the truth hurts, it is still what hurts the least. Things don't become easier with time. We just find a way to cope with it... some how.

À procura do herói...

Palavras

Quero levar pessoas no coração não palavras, por isso digo as palavras mesmo que receba o silêncio.  Quando quase tudo é dito, quase nada fica por dizer.

Lídia

Durante muito tempo lamentei-me pela vida que tinha. Sentia-me presa à pessoa que mais odiava: eu mesma. Detestava tudo em mim. Os meus olhos que veem mal e me obrigavam a usar óculos, o meu cabelo incorrigível, o meu corpo imperfeito, a minha timidez que me calava quando devia falar, ou o péssimo sentido de oportunidade que me fazia falar quando devia estar calada, o meu leão pouco leão com uma faceta de caranguejo que insistia em viver o seu lado mais carente. Não havia ninguém que me tratasse pior do que eu mesma. Não entendia o meu propósito de vida. Não entendia o que andava cá a fazer. Tudo me parecia um castigo, uma punição. Perseguia algo que não sabia o que era e perdia-me numa dor que nem eu tinha a certeza se tinha estatuto de dor. Mendigava atenção e amor e apagava-me em cada entrega ao achar que qualquer coisa que eu tentasse aparentar ser era melhor do que mostrar quem eu era na realidade. Se eu não gostava de mim, como podiam os outros gostar? Mas se eu fosse o...

Dança sem parar

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Danço e danço e redopio em cima dos meus saltos altos. E volto a girar. Esqueço o mundo, o que me inquieta, o que me tira o sono, o que me priva da paz, e continuo a dançar entre risadas e abraços. Mais um passo para a direita. Mais um passo para a esquerda. Danço, danço sem pensar. E quando paro de dançar imagino-me a não parar.

Reparações [Citações]

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Momentos simples

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Sentei-me debaixo da minha árvore preferida. Ainda se encontrava despida, vazia de folhas, mas cheia de sabedoria. Fechei os olhos. Sentia o sol a bater, a aquecer. Não se ouvia nada. É raro encontrar um canto destes em Lisboa em que não se oiça nada! Deixei-me ficar embalada pela brisa suave e pelo ocasional cantar dos rouxinóis ao longe. Não peço mais nada hoje. Isto chega-me, um simples momento da existência. P.S. Sem filtros porque a natureza não precisa de filtros.  

Ver [-me]

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Tenho caminhado. A cada passo dado tento esvaziar a mente das preocupações. A cada passo dado tento libertar o coração das mágoas. Quando por fim chego ao Cais do Sodré sinto-me uma pessoa nova. Ao de fim de algumas semanas desta rotina, começo a estranhar-me. Sou eu mesma mas, de algum modo, já não sou a mesma. Nunca a exclusão me serviu como hoje. Nunca o silêncio me tornou tão consciente. Nunca a minha companhia me soube tão bem. Achava que o momento seria de perda, mas é de ganhos. Estou a ver-me. Estou a rever-me. Estou a reencontrar-me.

Quando

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Quando dá mais medo, insiste. Quando dá mais raiva, ama. Quando dá mais tristeza, sorri. Quando dá mais desilusão, perdoa. Quando tudo parece complexo demais, simplifica. Quando te apetece desistir, resiste. A vida são dois dias e não há tempo a perder.

Redenção

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Das 24 horas diárias, excluindo as 8 para dormir, tenho reservado as restantes 16 para estados de cólera. Como se verifica com o tempo mais agreste, também há momentos de céu limpo ou clareza de espírito. Ínfimos segundos! Tento nesses segundos corrigir todas as restantes horas de agressividade, para, não raras vezes, o lamentar logo de seguida. Sim, é difícil! Qual o lado bom? Redenção, pedir desculpa é sempre bom mesmo que o ego deteste. E vale a pena. Ajuda o outro e a nós mesmos. Falamos tantas vezes no que pesa, no fardo que carregamos às costas, mas raramente mostramos disponibilidade em deixar o fardo para trás. Somos burros de carga por opção! Não admira que a caminhada seja tão lenta. Não há ninguém a atrasar-nos o passo a não ser nós mesmos.

Só por hoje

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Só por hoje vou retirar o combustível à raiva. Só por hoje vou silenciar a desilusão. Só por hoje por não vou guerrear nem usar palavras ásperas. Só por hoje vou tentar ser um bocadinho melhor do que fui ontem. Hoje. É só por hoje.

Folha

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Durante muito tempo (será seguro dizer a minha vida toda?), foquei-me mais no que queria do que no que precisava. Fi-lo à conta de uma enorme ingenuidade. Achava que querer e precisar eram a mesma. Corria atrás do que queria e a vida insistia em dar-me o que eu precisava. E escusado será dizer que o que eu preciso quase nunca é o que eu quero! Quando hoje comparo os meus desejos e as minhas conquistas percebo que a vida me tem tratado melhor do que eu me trato a mim mesma. Ela tem-me dado as ferramentas que me permitem ser livre, enquanto que eu continuo a procurar os cadeados mais pesados que me amarrem bem ao chão e me impeçam de voar. Ela pede-me para exigir mais enquanto que eu me vou contentando com pouco, e persisto nos mesmos caminhos que, já sei há imenso tempo, não têm saída. Há um momento na vida em que temos de ter a coragem de abrir mão de tudo ou quase tudo e perceber o que fica, o que sobrevive. Fazer a triagem, como fazemos com a nossa roupa. Nem tudo é bom p...

Sem medo

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Abre o coração até à vulnerabilidade, sem medos. Fraqueja se for caso disso, sem medos. Perde-te se for necessário, sem medos. Erra se quiseres, sem medos. Não há nada pior do que nada fazer por medo.