Tudo e Nada
Sou este círculo. Aparentemente um círculo vazio.
Como não sei exatamente quem sou,
perceciono-o como vazio. Não gosto de olhar
para ele. Talvez por ser vazio. Ou talvez por não saber o que ele é na verdade.
Durante muito tempo tentei preenchê-lo. Ocupar o meu tempo era preencher este
círculo de coisas que gosto e que constituem a minha zona de conforto.
Funcionou… durante um tempo. Atualmente sinto que quanto mais tento
preenchê-lo maior ele fica. Já não é um espaço repleto de coisas mas um espaço
onde há sempre algo em falta. Não sei se é o círculo que está a aumentar
ou se é a importância que dou a certas coisas que vai diminuindo.
Não há dança que preencha o vazio.
Não há yoga que preencha o vazio.
Não há palco que preencha o vazio.
Não há melodia que preencha o vazio.
Mas há qualquer coisa que o preenche. Talvez o vazio se preencha a si mesmo e se reconheça como pleno naquilo que é, mesmo que seja desprovido de tudo.
Não há dança que preencha o vazio.
Não há yoga que preencha o vazio.
Não há palco que preencha o vazio.
Não há melodia que preencha o vazio.
Mas há qualquer coisa que o preenche. Talvez o vazio se preencha a si mesmo e se reconheça como pleno naquilo que é, mesmo que seja desprovido de tudo.
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