Paz de espírito
Na 6.ª feira senti a intensidade do caminhar, do prescrutar de estradas por onde ainda não tinha passado. Atravessei a Avenida Carlos Pinhão. Por momentos detive-se e fiquei a observar o cruzar do metro e do comboio em plataformas distintas e ao longe os prédios multicolores das Olaias. Descobri o Parque Urbano Vale da Montanha.
Tenho de esclarecer algo. Perdi a fé em muita coisa mas não perdi a fé nestes pequenos momentos. Há uma magia que nada tem de mística, apenas um gozo pessoal associado a estes meus pequenos rituais.
Curiosamente, se em tempos busquei um sentido sobrenatural para a vida, hoje contento-me com um sentido mais visível e palpável. O amor por mim mesma e o amor pela vida não são abalados.
Não sei o que há para além disto. Não sei se a vida continua ou não. Não sei se voltamos após a partida. Não sei se há uma validade nos ensinamentos esotéricos - se total, parcial ou nenhuma. Nem sei se algum de nós é real. Mas sei que aquilo que sinto nestes momentos me faz sentir bem. Não será isto o suficiente? Não poderei eu já sentir-me plena? Não poderá isto já ser o topo da escalada?
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