Ainda...

Não tenho respostas e coloco poucas perguntas. Talvez me assemelhe a uma avestruz a esconder a cabeça na areia mas, de momento, é a minha melhor forma de aguentar.
O mundo está um caos. A guerra na Ucrânia continua, a crise energética ameaça o próximo inverno, a inflação sobe, os preços de tudo estão a aumentar. Tento fazer uma gestão mais racional do meu dinheiro e afasto-me de todas as notícias para não antecipar cenários que não sei exatamente como se irão desenrolar.
A par disso, vejo-me perdida na minha fé, ou na falta dela. Não sei mais no que acreditar.
Hoje de manhã, enquanto tomava o pequeno-almoço, imaginei por momentos que somos apenas fios de energia ligados a um sistema central, fios esses que um dia serão desligados. Talvez não tenhamos consciência do que somos e muito menos de quando deixamos de ser uma qualquer coisa.
À vinda para Lisboa olhei para a fila de prédios novos, robustos, modernos que preenchem as ruas do Parque das Nações e pareceu-me tudo tão irreal. O caminho do homem trouxe-o até aqui mas este aqui parece-me despido de reais crescimento e desenvolvimento.
Não estou triste. Apesar de tudo, consegui uma estrutura interior que raramente me leva a lacrimejar. Ainda assim ontem fui caminhar com o coração pesado, um tanto ou quanto desiludida com as pessoas e sobretudo com algumas das minhas escolhas.
Ainda não sei fazer melhor do que faço. Ainda não consigo escolher diferente. Ainda tomo decisões que não me parecem ser as mais corretas sem, contudo, conseguir decidir de outra forma.
E ontem senti-me sozinha. Sim, ontem a solidão abocanhou-me e dei-me conta do quão sozinha estou para tomar decisões e dar passos, do quão sozinha estou a caminhar na vida. Talvez seja a tal "solidão consciente" de que falei anteriormente. Consciente ou não, ontem doeu.
Deixo fotos dos meus registos da véspera.






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