Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2022

Segundas-feiras [pós eleições]

Imagem
Recomeço da semana, a puxar a carroça com pouca vontade. O PS ganhou com maioria absoluta. A tensão sentida na Ucrânia ameaça a Europa. A pandemia faz despertar o sino da censura.  Está um caos exterior. Tento fortalecer as estruturas do meu refúgio interno, da luz que me guia por entre as sombras.  Sei que para muitos só é real o que é visível, mas eu acredito muito mais no que só é captável com os olhos da alma.  Está frio. Sinto frio. Mas o frio humano que rodeia a humanidade é mais gélido do que aquele que é marcado nos termómetros.  Alimento a minha mente. Vou alimentando a minha alma.  Em tempos sombrios, que não se apague a tocha.

Sábado

O meu Sábado começou cedo mas fiquei na ronha mais tempo do que desejaria. Por fim, meti-me no carro e pus-me a caminho, sem destino. Pensei em vários locais mas nenhum me satisfazia. Deixei-me ir até onde o combustível me permitisse chegar e regressar a casa. A meio do caminho, apenas na companhia dos meus pensamentos, pedi à vida que me encaminhasse. Aqui estou a escrever num cafezinho de esquina em Paço de Arcos. Esta ausência de rumo é me bastante familiar. Não há drama aqui, apenas constatação. Mas sabem o que é curioso? Acabo por prestar muito mais atenção às pequenas coisas do momento. São locais novos estes. Imagino a quantidade de pessoas que já passaram por aqui. Em menos de 50 anos a maioria dos que agora aqui se encontram, já não estarão neste plano. A transitoriedade da vida é um facto de fácil comprovação. As fotos em que me capto a mim mesma já registam os meus cabelos brancos. Não desejo escondê-los. A bem da verdade, já não desejo esconder muita coisa sobre quem so...

Final de semana

Imagem
O fim de semana está à porta. Não sou de fazer grandes planos mas gosto de pensar em potenciais caminhos para fazer. Estava hoje a reler o meu blog, especificamente uma passagem de 2015 em que retratava uma caminhada pelo Martim Moniz sob um sol abrasador. Desde essa altura que as minhas caminhadas têm vindo a ganhar consistência ainda que já tivesse havido anteriores tentativas. Por que falo disto? Porque para mim é importante. Viajar pelo mundo pode ser interessante, não nego isso, mas viajar dentro de mim é fazer a GRANDE  viagem da vida. E isso é feito ao longo dos percursos que tomo. O tipo de rua suscita-me memórias, emoções ou pensamentos. As minhas passagens por esses pedaços de terra e granito exigem de mim a reflexão. As casas encerram segredos que se atravessam timidamente diante dos meus olhos. Esclareço que não estou a falar dos outros mas de mim. É a minha verdade que vai sendo descodificada diante dos meus olhos. Estes retiros têm-me ajudado a encontrar o meu foco e...

Sincronias

Imagem
Sincronias da vida... Quando vês de manhã esta imagem e ficas deslumbrada. Passadas algumas horas, entre leituras e palestras, ouves o conceito de Escada de Jacob e ao pesquisares descobres que a imagem que viste horas antes era representativa desta mesma Escada, o meio de subida e descida dos anjos e, de certo modo, o simbólico caminho de evolução da alma. Escada de Jacob por William Blake

A Simple Life | A Buddhist Monk Documentary 🧡🙏

Imagem

Atualidades

Imagem
 Ao abrigo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 157/2021 , e por não cumprir os requisitos, estou impossibilitada de frequentar restaurantes ou de consumir no espaço de refeições das superfícies comerciais. Tudo isto me tem passado muito ao lado e pouco ou nada pesa em mim. No entanto, ontem, na hora de almoço, enquanto me dirigia para uma loja para comprar material de escritório, passei por um corredor onde ficam alguns dos restaurantes das Amoreiras. Acho que pela primeira vez tive a consciência/choque do que se está realmente a passar. Estavam pessoas sentadas às mesas, sem máscara, a comer, a falar animadamente uns com os outros. Se eu quisesse fazer o mesmo, não o poderia fazer. Esta limitação não se deve ao facto de eu estar ou não doente. Esta limitação deve-se ao facto de eu ter feito uma escolha, escolha essa que, segundo os nossos governantes, e com o apoio de uma franja (grande? pequena?) da população, não me deve permitir o acesso a alguns dos serviços. Não me sint...

A Cidade

Imagem
As luzes da cidade que nos guiam por entre o movimento da gente. Fluxo e refluxo constantes. Nessa impermanência busco o que não muda. A essência intacta que habita cada um de nós. Sejamos audazes a olhar para dentro antes que o caos exterior ganhe espaço e se instale de vez.

Ponto de retorno na espiral

Imagem
Os dias estão a ficar maiores. As minhas caminhadas vão deixando de ser feitas na escuridão total. O céu pinta-se de um azul lindíssimo que tento captar com a máquina fotográfica do telemóvel. Presto atenção a cada pormenor. Ao olhar para trás vejo ao longe as Amoreiras como nunca as vi antes. Parece uma cidade futurista encrustada num monte. Sou acompanhada pelos meus pensamentos. Concluo que há uma enorme probabilidade de ter encontrado o ponto onde tinha ficado num outro tempo. Como se me recordasse:  "Já me lembro de quem sou. Já me lembro de onde tinha ficado." O meu passado deixa de ter 39 anos de existência e passa a um número indeterminado e que não pode ser medido pelas convenções. Sou grata pelo caminho que fiz e mais grata ainda pelo caminho que faço.  Em registo fotográfico, o que os meus olhos observaram hoje:

Perceberam?

Imagem
 

Final de dia

Imagem
Se um dia me lerem talvez percebam que as minhas fotos falam tanto ou mais do que as minhas palavras. Não são ruas desertas, nem iluminações de candeeiro no final de dia. Não são pedaços de chão sem história. Não são ninharias. São sim os meus mergulhos de alma feitos em calçadas de pedra. São as minhas deambulações pelos vários passados em que Lídias mais jovens me encontram e me relembram a minha própria história. São as minhas caminhadas férteis em que sou guiada pela e para a minha própria descoberta. Falar sobre o que sinto não é possível. As palavras são insuficientes. Apenas sei que vou tomando consciência de vários algos, alguns dos quais não sei bem que nome lhes dar.

Novo Dia

Imagem
Algumas das minhas fotos tornam-se repetitivas, eu sei. Mas a Natureza não deixa de me fascinar e maravilhar diariamente. É a ela que vou buscar a minha força e fé e parece-me justo que fale dela quantas vezes forem necessárias em sinal de respeito e de reverência. Captei este nascer do sol a caminho de Lisboa. É um novo dia. São novas oportunidades. Apesar de alguma inquietação que eu possa sentir, vivo este novo dia com gratidão e expectativa. Não pelo que poderei ganhar exteriormente mas pelo que poderei aprender interiormente. A minha mente voou enquanto observava aquele sol ao longe. Num espaço que não este uma voz desafiava-me: "Apresenta-te ao mundo não na versão que achas que conseguirá a aprovação do outro mas na versão mais autêntica de ti mesma." A real possibilidade de o fazer enche-me de esperança. Posso afirmar com bastante convicção que se há passo de gigante que vale a pena ser dado, é este mesmo. O assumir quem somos, vivermos de acordo com a nossa essência e...

O Caibalion

Imagem

Entrecampos

Imagem
Os meus sonhos têm sido movimentados e incidem frequentemente em caminhadas ou estradas que percorro muito ao jeito do que se passa diariamente na minha vida. Esta noite fui levada até Entrecampos (onde era suposto ter ontem apanhado o comboio). O caminho para sair era confuso e labiríntico. Recordo-me de uma rua de estrada batida que desembocava num beco sem saída. No mesmo caminho seguia um idoso e uma terceira pessoa (criança, jovem, mulher? Não estou certa.) Ao virar para trás reparo numa escada de pedra. Ao subi-la, vislumbrei um por do sol ao longe em tons de cor de laranja bem forte. O espaço que se encontrava diante dos meus olhos parecia uma autêntica savana. (Estranho imaginar tal coisa em pleno centro de Lisboa!) Olhando para baixo vi um prédio alto e antigo. As letras garrafais por cima da porta de entrada indicavam: "Museu Militar".  Quando me tento relembrar das minhas emoções tenho a impressão de estar perturbada enquanto procurava a saída daquele labirinto mas...

Do estudo

Imagem
Tenho mergulhado no estudo dos arcanos menores. Apesar de saber que sou muito racional e que bloqueio por vezes a minha intuição, continuo a achar que o estudo aprofundado é importante. Algumas cartas lembram-me situações e episódios da minha vida. Consigo fazer correlações. Algumas bem dolorosas! Nem tudo são águas passadas, mas creio que é isto o que se chama de existência humana. E sigo na leitura, na audição daqueles que sabem bem mais do que eu e na reflexão. É uma cura que se vai fazendo, em modo continuum, até ao final dos meus dias. É um processo inacabado, tal como cada um de nós. E vejo-me nesta impermanência com algum sentido de paz. Nas idas e regressos de comboio já não me embrenho tanto nas leituras. Encosto-me à janela a rever a paisagem até ao Oriente. Os dias vão ficando maiores. Depois da escuridão, da interiorização, da reclusão, pouco a pouco vou (vamos) sendo chamad@s a colocar os pezinhos fora da toca. Distancio-me das conversas de fundo e sorrio para dentro. As m...

Atípico

Imagem
Quando mesmo que sorrias, ninguém percebe.

Nós não queremos isso pois não coração?

Imagem
A Rua Possidónio da Silva tem uma vista privilegiada sobre Monsanto e o acesso à ponta 25 de Abril. Sugiro, para quem possa ter o mesmo interesse que eu. Deixo a minha captura fotográfica de ontem. Com um pouco de filtro consegue-se ver as nuvens no céu escuro. É maravilhoso contemplar este espetáculo natural. Este foi o meu post idealizado ontem enquanto caminhava. Ligeiramente diferente do meu sentir de hoje. Em conversa, fui alertada para o meu excesso de mente sobre a intuição. Fiquei perturbada, devo admitir.  Não por achar que é mentira, mas por saber que não é. Infelizmente isto remete-me logo para aquela busca do equilíbrio que eu não sei se atinjo, se alguma vez atingi, se alguma vez irei atingir. Sou levada a observar o meu coração escondido nas entranhas da minha alma. Enquanto miro apenas os cantos dos seus olhos, sorrio-lhe e retoricamente pergunto: "Nós não queremos isso pois não coração? Nada que faça sentir, nada que faça intuir..." Mentalmente fecho portas e ...

Estados de alma

Imagem
No Sábado fui conhecer a loja de Móveis Orientais (by Revivigi) , perto da Fábrica de Braço de Prata. O espaço é magnífico, os donos são de uma enorme simpatia e disponibilidade, e as peças que têm para venda são muito diferentes das que estou habituada a ver em lojas. Estava decidida a comprar algo e acabei por optar por uma caixa de madeira pintada à mão. Pelo que me explicaram, estas caixas são feitas na Mongólia e não há duas caixas iguais. Este foi talvez o momento alto do meu fim de semana que, como mais tarde percebi em conversa com uma das minhas melhores amigas, é um dos momentos em que eu, de certo modo, saio de mim e torno-me numa alma/turista em viagem. É complicado explicar a sensação e, com a excepção desta minha amiga, não sei se é fácil para os demais entenderem-me. Eu sou eu e estou em mim, no corpo que me foi dado. Mas há momentos, e sobretudo em locais específicos que estimulam estas minhas incursões internas, em que eu não sou a alma na matéria, mas a alma que usa a...

Once in a while

Imagem
Once in a while I get out. This tourist soul takes a stroll in the old streets of the city. There're no tears no laughs. There's no sadness nor happiness but just a genuine state of simple bliss. To be what one is. At least until it's time to go back.

Foco

Imagem
O meu foco só desfocado para a foto. Quanto mais eu sou eu e quanto mais este eu não deseja ser igual ao tu mais este eu respeita o tu e o vós e o eles. Já repararam que um eu feliz raramente é cruel com os outros? 

Forma e vida

Imagem
Da tua forma resulta a tua vida. A tua vida condiciona a tua forma. Somos o que somos pela vida que temos? Ou temos a vida que temos por causa de quem somos? É neste ponto tão essencial que reside o karma que nada mais é do que ação e reação. É neste ponto tão essencial que reside a nossa responsabilização por quem somos e pela vida que temos. Queres que a tua vida seja diferente? Analisa-te!

Cores

Imagem
A obra de Deus é magnífica. Vê-se nos céus pintados de azul celeste, com traços de laranja e creme. Quem diz Deus diz Alá, Universo, Natureza ou o que quer que vos faça sentido. Apenas olhem para cima e apreciem o espectáculo gratuito. Às vezes é apenas isto. E não está mal. 

O 712 [outra vez]

Imagem
Apanhei o 712. Há algum movimento nas ruas mas que não impede a fluidez do percurso. Passei por locais familiares: onde gostava e ainda gosto de passear, onde morei há uns anos, onde tomava o pequeno almoço e outras coisas que tenho pouca vontade em recordar. Uma voz dentro de mim dizia-me que, se eu quero ver a verdade, tenho de me desapegar de tudo o que eu acho ser real. Ver os outros não pelo que aparentam. Ver estas ruas não pelo que parecem. Ver-me a mim mesma não pelo que imagino.  Tudo me parece ilusório, até mesmo aquele momento em que estou sentada e observo o mundo pela janela do autocarro. É uma sensação estranha. Quiçá um sinal de loucura. Lembrei-me da Verónica, que já partiu. Ela disse-me, uma vez, que costumava almoçar naquele mesmo café onde eu gostava de tomar o pequeno almoço. O tempo passa. A vida é fugaz e deixa tantas vezes um sabor amargo. É estranho não é, pensar que o que é deixa um dia de ser mas se há algo que nunca deixa de ser é porque aquilo que somos ...

Ano Novo

Imagem
Uma amiga minha testou positivo para a C*v*d. Não era assim que eu imaginava começar um post no primeiro dia do ano, mas resolvia fazê-lo porque sinto que é importante. Como já tinha referido antes, não estou com espírito natalício. Passei a passagem de ano deitada a ouvir os foguetes ao longe e a música pimba que a vizinha do andar de baixo tinha colocado em altos berros. Não foram dias fáceis. Por mais forte que eu queira ser e por maior que seja a gratidão que eu anseio por mostrar, não foram dias fáceis. Não tenho de estar sempre bem. Não tenho de fingir. Não tenho de me enganar. Não sei o que desejo realmente. Hoje no carro, após uma breve passagem pelo único café aberto que eu e os meus pais encontramos, dei por mim a questionar-me sobre o que realmente pretendo da vida. Veio-me à mente a imagem de um monge, em posição de lótus, a meditar. Quero aquela paz que os monges aparentam ter. Quero um silêncio consciente, mas não quero uma solidão que, em plena consciência, eu sei...