Das rotinas
A semana começou com chuva e o meu coração fica contente com estes dias que anunciam a proximidade do Outono.
Estou-me a disciplinar para regressar ao ginásio com maior folgo e vontade. O meu corpo pede e a minha mente exige. Não sendo propriamente fã de rotinas, agrada-me ter algo que regularmente traz estrutura à minha vida.
Ganho esta estrutura em situações bastante rotineiras na verdade.
O despertador que toca diariamente às 5h30 e as minhas gatas a passearem em cima de mim ou a morderem-me os pés. O suburbano que apanho sempre à mesma hora. Um livro de companhia na segunda carruagem, porque na terceira entram umas senhoras de Alhandra que não se calam durante a viagem inteira. A ponte Vasco da Gama a ganhar forma à medida que me aproximo de Lisboa. O caos de Sete Rios. O 758 a subir pela Rua de Campolide. Entradas e saídas. Para arranca. Os elevadores. Os bons dias a rostos desconhecidos. 30 minutos de bicicleta à hora de almoço. Treino de glúteos. E ao final do dia, quando ainda há disposição, um regresso a casa que se faz primeiro com uma caminhada pelas ruas lisboetas.
Não espero ser entendida, mas o meu processo, aparentemente tão corriqueiro, traz-me vida. Há magia em cada passo que dou, porque há uma intenção e uma atenção. E sou verdadeiramente grata por todas estas pequenas grandes oportunidades que tenho em existir, em caminhar, em ver, em ouvir, em sentir e em fazer acontecer.
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