758

O nome deste post é 758. Ainda não o escrevi, mas já lhe dei um título.
Este é o número do autocarro que diariamente apanhava para o trabalho quando morava em Benfica.
Este é o número do autocarro que apanho atualmente em Sete Rios.
Resolvi de manhã escrever um post sobre uma experiência que vivi no autocarro, mas não tive oportunidade. Entre esse período e a hora atual descobri duas situações exteriores que me abalaram fortemente. Tenho andado a reler a Luz sobre o caminho. Nem de propósito, é no desconforto que começa o discipulado.
Tranquei-me na casa de banho. As lágrimas vieram-me aos olhos. Respirei de forma mais acelerada. Apesar de tudo, agradeço à vida. Sei que não vejo as circunstâncias da forma certa, sei que o meu pensamento é toldado pela minha cegueira emocional. Ainda assim acredito piamente que tudo acontece como tem de ser. O meu desconforto existe porque tenho algo para trabalhar em mim. Só perco o que não me serve e só tenho o que preciso. A Lídia encarnada pode ter uma grande dificuldade em encaixar esta ideia, mas a alma que habita este corpo sabe bem que pessoas e vivências vão e vêm para nos ajudarem no nosso processo evolutivo.
É na dor que eu me elevo porque em vez de me render, verticalizo-me. Olho em frente e caminho de mãos dadas comigo mesma em direção a mim mesma. O meu Eu superior orienta o meu Eu inferior. O meu mestre interior diz-me para onde ir e eu sigo-o porque sei que esse é o caminho certo.
Não quero com isto dizer que a dor é uma condição. Considero sim que a dor é impulsionadora porque por norma necessitamos de algo que nos abale para reagirmos de uma forma ou de outra. A bem ou a mal.
Ou seguimos em frente ou desistimos.
Somos ativos na nossa demanda ou acolhemos o papel de vítima.
Recordo uma ideia que me acompanha várias vezes: um dia tudo cessa, incluindo esta vida, e tudo o que hoje me perturba, perderá toda a relevância na hora do desencarne. A única coisa que efetivamente levarei comigo é a aprendizagem e o enriquecimento de alma que espero que tenha ocorrido.
Assim é!
Não quero registar aqui as situações em causa. Sei que me lembrarei delas quando reler este post, mas espero que um dia tenham perdido tanto a sua importância que já nem me recorde.
Paro e respiro!
Não vou fugir! Desta vez, não vou fugir!
Que os bons exemplos de outros me inspirem e que a coragem não me falte!









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