A dor
A dor vai e vem, como as sete ondas de um mar revolto que se abatem sobre a terra antes da calmaria. Embate atrás de embate apenas intercalados por instantes em que submersos na água salgada do nosso próprio mar aspiramos à verticalidade que nos foi presenteada por Deus, mesmo que teimemos em duvidar das suas dádivas. "És capaz! ÉS CAPAZ!", sussurra-te ao ouvido uma voz sem rosto que tem mais fé em ti do que tu mesmo. Uma última inspiração antes do mergulho... É a água das tuas emoções que te rodeia mas é no fogo interior a queimar cada partícula, ideia e sentimento em desuso, que das cinzas ganhará vida um novo ser. A dor não existe para te tornar mais fraco mas para que reconheças a fortaleza que existe em ti. A dor não existe para te retirar existência mas para que vivas em verdade. A dor não é complacente com a tua máscara pois ela te exige a tua essência. À dor não interessa quem pretendes ser. Ela quer que mostres quem és. A dor é o teu alerta, a buzina, a campainha que te chama de dentro. Sente tudo. Chora tudo . Grita tudo. E renasce.
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