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A mostrar mensagens de abril, 2021

A olhar para cima

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O meu grande compromisso é para comigo mesma. E o novelo vai ser desfiado… Os nós são desembaraçados… Que grandioso trabalho aquele que é executado pelas nossas próprias mãos!! E camada a camada, a pele etérea é renovada. Escamas de um passado repousam no fundo do oceano. A água já não é negra, mas azul como a cor do céu num dia de sol. Os olhos já não olham para baixo, mas para cima. E eu, nesta sucessão de lutas internas, deixo de ser observada para passar a observar. À medida que a lua míngua, vou acalmando. Mas não é uma calma inerte, nem uma calma que não encerre em si mesma o renascimento e o parto de mim mesma. Há ação na paragem, há criação no repouso. Há vida...

A seu tempo

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Baba Yaga a relembrar-me que tudo vem no seu tempo, tanto as conquistas exteriores como a serenidade no coração.

Lua Cheia em Escorpião - Sonhos mensageiros e profundezas do eu

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Dia 27 tivemos uma forte lua cheia em escorpião. Não vou entrar em análise do que significa ou não. Não sou astróloga, apesar do meu interesse. Não coloquei os meus cristais para energizar, nem fiz a minha água da lua. Enquanto tantos partilham fotos lindíssimas desta potente lua, devo admitir que nem a vi. Mas senti-a! Os meus sonhos têm sido intensos. Há quem venha sucessivamente visitar-me. Traz-me mensagens simbólicas e nelas encontro o meu lado possessivo e obsessivo, algo que - não por acaso - é bastante escorpiónico. É relativamente fácil para mim admitir este lado menos luminoso que me habita. Não sendo propriamente algo de que me orgulho, também não é algo de que sinta vergonha. Mas faz-me questionar imenso sobre quem sou e até que ponto me conheço realmente bem. Sinto-me a viver numa constante dicotomia entre a imagem que projeto e a minha essência. Não que o que eu projeto não faça também parte de quem sou, mas não sou apenas aquilo. E quando me atrevo – ou tenho oport...

O nosso diamante interno [Excerto]

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 “«Como é que pode dizer que somos todos iguais quando existem contradições óbvias que saltam aos olhos: diferenças em virtudes, temperança, finanças, direitos, capacidades e talentos, inteligência, aptidão para a matemática, ad infinitum?» A resposta surgiu sob a forma de metáfora. «É como se existisse um grande diamante dentro de cada pessoa. Imaginemos um diamante com uns 30 centímetros de comprimento. O diamante tem uma infinidade de facetas, mas estas estão cobertas de sujidade e alcatrão. A missão da alma é limpar cada uma das facetas até que a superfície esteja absolutamente brilhante e seja capaz de reflectir um arco-íris de cores. «Presentemente, houve alguns que limparam muitas facetas e apresentam um brilho intenso. Outros só conseguiram limpar um pequeno número de facetas; não cintilam tanto. No entanto, por baixo da sujidade, cada pessoa possui dentro do seu peito um diamante de enorme brilho com mil facetas cintilantes. O diamante é perfeito, sem uma única falha. A ...

Tubarão

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Mergulhei fundo esta noite. Lembranças camufladas foram sussurradas ao meu ouvido enquanto me deixava cair no inconsciente. O Dragão de Água, pousado no meu altar, antecipava a intensidade do que viriam a ser os meus sonhos. Vi-me a caminhar numa praia, acompanhada por uma mulher, as duas vestidas com túnicas pretas. O mar estava revolto. O vento era forte, fazendo sacudir a areia. A dado momento disse-lhe: “Temos de nos ir embora, a maré vai subir depressa.” Tentámos apressar o passo, mas o vento e a subida rápida das águas tornavam difícil a nossa caminhada. Em pouco tempo, a água já nos dava pelo pescoço. Tínhamos sido apanhadas pelas águas. Nada mais restava a fazer que não fosse mergulhar. Tudo ficou escuro. No mundo subaquático viam-se destroços sem relevância. Apenas umas aparentes lamparinas - que apesar de se encontrarem em água ainda não tinham perdido a sua luz – me chamavam à atenção. Até que o vi.   Grande, majestoso, a vir do fundo do mar com uma boca enorme. ...

Chuva

 O "meu" Cartaxo à chuva. " Gosto de ti, ó chuva, nos beirados, Dizendo coisas que ninguém entende! Da tua cantilena se desprende Um sonho de magia e de pecados." (Florbela Espanca)

Ouvir a alma [Sonho]

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Há algo que se apaga em mim, uma parte de ego inflamado. Considero isso bom. Vou-me retirando das esferas visuais. O meu leão desce do palco. Mas fá-lo em consciência. Dá as mãos ao crustáceo que tantas vezes rejeitei. O sol alia-se à lua, ou a lua alia-se ao sol. Partes do inconsciente tornam-se conscientes. A tocha é passada das mãos daquele que quis brilhar para aquele que agora se quer curar. Há algo de profundamente belo neste processo. Digo-o com uma espécie de emoção na voz. Tive hoje um sonho revelador a propósito de tudo isto. Um homem do meu passado e uma mulher do meu presente representavam os meus dois lados: racional e intuitivo. A mulher decidira cozinhar uma refeição para homens encarcerados numa prisão porque considerava que qualquer alma podia ser salva e redimida quando se fazia algo de bom por ela através da bondade e do amor. O homem acusou a mulher. Adotando uma postura que, no sonho, me pareceu tão sofista, ele pretendia mostrar que há destinos marcados e almas qu...

Lutas internas

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A minha chapa da lucidez. Emocionalmente sóbria desde há 6 dias. Não sei se será cedo de mais para festejar.

Reflexões matinais

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Procuro palavras, novas figuras de estilo, nova ligação entre orações. Elas não me vêm facilmente, não para além da forma como eu por norma escrevo. Se isso é relevante? Pouco ou nada. Mas ocupar-me destas pequenas coisas, distrai-me de outras. Não que viva demasiado absorvida pelo mundo... Ou pelo menos, tenho-me esforçado por isso. Nestas últimas semanas aprendi imensas coisas, sobretudo sobre mim mesma. Entre livros que leio, encontros com pessoas que me trazem mensagens, meditações e muita introspeção, tenho descoberto um pouco mais à medida que os pequenos insights clicam na minha mente ou a minha intuição (a quem eu vou dando liberdade) se permite a fazer o seu trabalho: intuir. Isto é verdadeiramente fantástico!!! Recordo-me de, há alguns anos, ter escrito neste blog um post sobre o acto de subir à montanha. Subir à montanha, pode ser literal ou simbólico. A nível simbólico significa distanciarmo-nos dos nossos dramas e dores, e olharmo-nos como se  nos estivéssemos a ver de...

Comboio

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 Quando as viagens de comboio se tornam num luxo para a minha sanidade.

Da dependência e outras coisas

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 A dependência tem muito que se lhe diga. Não estando particularmente familiarizada com o programa de 12 passos dos alcoólicos anónimos, lembrei-me disto quando refleti sobre a dependência e obsessividade emocionais. Dei-me conta de como entramos tantas vezes em padrões destrutivos e vícios que não passam necessariamente pelo álcool, sexo e drogas, mas que podem ser igualmente nocivos. Falo do foco excessivo em determinada pessoa e/ou emoção que, no fundo, servem para colmatar o nosso vazio ou até, de certo modo, suavizar a repulsa que sentimos por nós mesmos. Não sei se falo disto por experiência ou não. Sempre tentei racionalizar as minhas emoções. E sentir algo por alguém é normal e até desejável. Mas quando não somos a nossa própria prioridade e, sucessivamente, nos relegamos para o segundo lugar, talvez haja algo de muito errado. Há uns tempos li um livro intitulada "Mulheres que amam de mais." Na verdade, até são mulheres que amam de menos e não fazem a mínima ideia do ...

Caminho da alma

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E fez-se silêncio. E no silêncio ouvi o que não antes tinha ouvido, e senti o que não antes tinha sentido e fui o que sei que já fui um dia. Quando entramos no caminho da alma, não nos são dadas certezas pela razão mas pelo coração. E o meu pequeno grande coração vai batendo apesar do medo em penetrar em zonas mais cinzentas. Há memórias que vão trepando pela árvore da vida em busca de uma pontinha de luz do sol e elas lá chegam, ou estão a chegar, ou chegarão no momento certo. Ainda há "aindas". Ainda há o que não encaixa ou teima em não desgrudar. Ainda há os meus próprios preconceitos e resistências. "Tudo a seu tempo!" - oiço-me a dizer. Tudo a seu tempo!

Para e respira

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Para e respira. Como te sentes? O que te dói? Em que parte do teu corpo bate essa mágoa e tristeza? Que bocado da tua alma se encoleriza com o que vê, sente ou intui? Para e respira, antes que tropeces nas tuas próprias palavras e percas a direção do que pretendes para a tua vida. Não tens de ter a resposta na ponta da língua. Muito menos a resposta certa. Não tens de apontar o dedo que, bem lá no fundo, sabes que é dirigido a ti mesma(s). Não tens de ranger os dentes. Não tens de mudar o mundo que te rodeia nem aqueles que entram na tua esfera. Para e respira. Já paraste? Já te acalmaste? Já sentiste o teu coração enquanto desacelera? Agora sim, podes avançar.

E tudo é igual ao que sempre foi,... sem o ser.

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Estou cansada, um cansaço que me afeta o corpo físico, mas que sei que dificilmente começou nele. Os dias arrastam-se. Sou ignorante no que toca ao caos que se instalou fora de mim. Para dramas já bastam os meus; as minhas ninharias que moem a razão e o coração. Sinto-me mesmo cansada. Olho para as pedras da calçada que deixo para trás. Obrigo-me a jurar que não passarei ali novamente, mas sei que os juramentos que faço a mim mesma perdem a sua intensidade. Retorno imensas vezes até gastar a sola dos sapatos e chuto bolas de terra que se aninharam entre as ervas daninhas. E o sol brilha, e o sol põe-se e a noite chega. E tudo é igual ao que sempre foi,... sem o ser. 

Sobre o caminho até casa

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Que não nos esqueçamos do que viemos cá fazer! Que não tenhamos medo de mergulhar em nós mesmos as vezes que forem necessárias! Que não nos afoguemos nas nossas lágrimas nem nos iludamos com sorrisos fáceis! Que as derrotas nos motivem e as conquistas se agradeçam! Que o caminho seja proveitoso, até ao nosso regresso a casa!  

Quando doía...

Quando doía ensinaram-na a observar. E a menina-criança colocava-se à janela daquele primeiro andar e via o sol a nascer a Este trazendo diariamente possibilidades novas. E ainda que os dias parecessem iguais, a alma que habitava aquele corpo ia crescendo sem pedir licença porque obedecia a leis que não pertenciam a este mundo. E quando a noite chegava, adormecia ao som dos uivos dos cães da vizinha do rés-do-chão e dos escassos carros que a poucos metros atravessavam a estrada principal da cidade. Quando doía ensinaram-na a ouvir. E quando os gritos interiores cessavam, um outro tipo de som tornava-se audível. O vento trazia mensagens lá do alto das montanhas, onde dizem que moram os mestres. E aquilo que encontrava caminho até à sua alma saía em forma de palavra pela boca. Quando doía ensinaram-na a esperar porque o seu tempo viria no tempo certo. Quando doía ensinaram-na a ter fé. E um dia o que doía passou a doer menos. Observava os seus pensamentos sem julgamento, ouvia ...