Tempo circular?
Não gosto de remexer no passado. Estou em paz e penso que é melhor deixar as coisas como estão. Mas, lembro-me mais do que ocasionalmente e parece-me que hoje sonhei com isto. Ou talvez não.
Se me perguntassem diria que, na altura, oscilei entre o sentimento de culpa e a mágoa. A culpa pela minha reação. A mágoa pela reação do(s) outro(s). Nos meses que se seguiram fiz o meu processo. Existem coisas que fortaleci em mim mesma: a minha força interior - positivamente - e a minha incapacidade de sentir - negativamente. Torço o nariz à ideia de sentir. Sinto o bloqueio em mim. Reconheço a sua forma como se me tivesse sido transplantada no peito. Não há karma para amaldiçoar porque assumo a responsabilidade pelo que existe em mim. Pensei nisto ontem, a caminho de casa, e enquanto observava Lisboa pela janela do comboio.
Fecho a caixa de pandora e coloco-a de novo na prateleira mais alta, inacessível mesmo que me coloque em bicos dos pés.
Não gosto de remexer no passado. Estou em paz e penso que é melhor deixar as coisas como estão. Mas, há lampejos que não poderão ser ignorados ad eternum.
Quis ser vista. Quis ser entendida. Não me senti vista. Não me senti entendida. Estas são as histórias que repito a mim mesma, um disco riscado. Digo-me, por fim, que as histórias que penso só existem na minha cabeça, os meus pontos de vista, as minhas perspectivas e que, por esse mesmo motivo, não têm de corresponder à verdade nem por isso terão de me pesar.
Tenho libertar-me então, e deixar as coisas como estão. Mas será que devo/consigo ignorar o passado?
(Imagem tirada da net, pode ter direitos de autor)
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