O "Conhece-te a ti mesmo" no dia de S. Valentim
"Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses."
Citei esta frase num dos primeiros posts que escrevi neste blog. Na altura, frequentava a NA e recordava a minha incursão naquela escola. Veio-me hoje à lembrança, novamente, em pleno dia de S. Valentim.
Cada vez mais acredito que a melhor forma de estarmos em paz connosco mesmos é a de nos conhecermos, de percebermos quem somos.Volto um pouco atrás na minha reflexão.
Ontem vim de carro para Lisboa. Tinha aula ao final do dia e receava que, devido à greve da CP, não houvesse comboio. Ao longo do dia, em vários momentos, a caminho da capital, no trabalho, na própria aula, houve troca de palavras, comentários, ações que despoletaram sensações de desconforto em mim. Não foi absolutamente nada de especial. Tenho plena consciência disso, mas logo uma porta interna se abriu no meu peito como que a relembrar-me de que há uma ferida ali para curar. Sabem qual é a minha reação imediata? Querer fugir das pessoas. Voltar para a minha solidão. Mas percebo que essa não é a solução porque são exatamente as pessoas que nos ajudam a perceber o que ainda falta ser trabalhado, são as pessoas que, como se munidas de um holofote, apontam para as nossas dores camufladas. "Vês? Consegues ver? Consegues ver-te? Reconhece. Trabalha. Cura. Conhece-te, [então], a ti mesma." Este autoconhecimento é talvez a maior manifestação de amor próprio e é neste amor próprio que vamos encontrando a nossa serenidade.
Pessoalmente, sinto que quando reconheço a minha dor o meu foco é transportado para o desejo de curar essa dor. Já não fico a remoer nas ninharias, nos diálogos internos de vitimização. Há uma vontade real de superar as minhas limitações emocionais e mentais percebendo, ao mesmo tempo, que cada um de nós faz o melhor que sabe. E isto traz-me tranquilidade e um imenso amor pela pessoa que sou, e tão a propósito do dia que se celebra hoje.
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