Pela noite adentro porque somos todos buscadores mesmo que não saibamos do quê.

Pela noite adentro porque somos todos buscadores mesmo que não saibamos do quê. Foi a frase que gravei na minha mente enquanto me embrenhava nos carreiros de terra paralelos à Avenida de Berlim.
Já falei tantas vezes sobre as minhas caminhadas e a necessidade que tenho delas, que pouco há a acrescentar.
Sexta-feira estava uma lua cheia lindíssima. Tentei captá-la, sem sucesso, pela máquina fotográfica do telemóvel que não lhe fez jus. Quando ontem voltei àquele ponto de passagem tive plena consciência de que procuro algo.
Procuro algo quando olho para o céu. Procuro algo quando fixo a minha atenção nas folhas caídas ou nas estradas enlameadas. Procuro algo quando observo uma qualquer pessoa encostada à parede dum café de esquina a fumar um cigarro. Procuro algo quando leio as mensagens escritas nas paredes de uma casa em ruínas. Procuro algo quando me deixo encandear pelos faróis dos carros que travam na passadeira. Procuro algo quando vejo mãos desconhecidas a percorrerem os sacos do lixo. Procuro algo quando me chegam risos e palavras numa língua estrangeira. Procuro algo quando a meio caminho paro para beber um café.
Estou à procura de algo, estou à procura de mim mesma e em cada pedaço de vida, de terra, de céu, de gente, vejo algo de mim: o que amo, o que odeio, o que me vicia, o que me repulsa, o que me energiza, o que me perturba.
E talvez, apenas talvez, tenha saudades (...)



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