Estados de espírito

Não pretendo que o meu blog se torne no muro das lamentações, por isso reconheço em mim uma certa dificuldade em falar em demasia sobre os momentos que me são mais difíceis. Reconheço, contudo, que é aqui neste espaço perdido da blogosfera em que me sinto mais à vontade para falar sobre o que sinto e o que penso.
A última semana tem sido desafiante. Não aconteceu nada de especial mas emocionalmente sinto-me triste e fisicamente sinto-me exausta.
Na quarta-feira, a trepar pelo "tecido vertical", sentia dores horríveis nos músculos, uma ausência de força e em dois momentos tive de pedir ao professor que me ajudasse a descer. Resisto a parar porque nos últimos anos desenvolvi a teoria de que só tenho valor pessoal se estiver a fazer coisas. É uma teoria falaciosa mas ganhou raízes fundas. Parar é como se me retirasse valor, mérito e direito de cá andar.
Mas tive de ceder. A minha cama é o local mais confortável. O sono profundo é o meu momento de descanso.
Penso em demasia. Sinto em demasia. Mas não quero pensar nem sentir.
Dizem que o tempo cura tudo mas em certas coisas está a demorar imenso. Ou o tempo não está a funcionar a meu favor ou estarei eu, possivelmente, a auto-sabotar o meu próprio processo.
Sei que me tentariam motivar e apoiar pelo caminho já feito mas há momentos em que o caminho já feito não chega nem me serve de consolo.

Habitam em mim sentimentos mesquinhos: inveja, ciúmes, raiva. Não pretendo ser muito confrontada com isso mas consigo assumir perante qualquer pessoa que me questione.
É inevitável reconhecer este aspecto em mim, sentir que esta toxicidade percorre pelas minhas veias, mistura-se no sangue que é bombado pelo meu coração, aloja-se no meu cérebro, percorre as minhas entranhas, corrompe a minha alma.

Que fazer àquilo que não conseguimos deixar de pensar? Que fazer com aquilo que não conseguimos deixar de sentir?



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