Dia 7
Não sei se foi em sonho ou se estava desperta. Sei apenas que esta manhã, por uns instantes, tive um momento de clareza. Havia uma voz dentro de mim que me dizia que só ultrapassamos a dor com a aprendizagem. Nesses minutos propus-me a duas coisas. Descer do pedestal onde, com maior ou menor consciência, eu me coloco e não ter medo em mostrar a minha vulnerabilidade.
Mentalmente escrevi um rascunho de carta onde comecei por admitir que tenho demorado imenso tempo a curar algumas feridas e apenas naquele momento em que colocava as palavras no papel, sentia ter havido uma abertura da minha parte para pedir perdão.
Estas são as cartas que talvez nunca envie e talvez o maior pedido de perdão seja aquele que terei de dirigir a mim mesma.
Ao longo da reflexão apercebi-me, igualmente, de que não existem castigos exteriores. Se há um castigo, ele reveste-se, claramente, da dor que sinto, que ninguém me obriga a sentir, mas da qual eu tenho dificuldade em me libertar. Talvez por isso seja verdade quando dizem que nós somos os nossos maiores carrascos!
Há algo pelo qual sou verdadeiramente grata e isso é a minha aprendizagem e o meu crescimento nos últimos meses. Penso que não falo disso com orgulho cego e também não quero falar disso com humildade falsa. Apenas sei que cresci, sinto que cresci e o facto de que a ferida dói menos, faz-me pensar que estou certa.
A propósito dos títulos que tenho dado aos meus últimos posts em que enumero os dias, passo a explicar que o Dia 1 correspondeu a um dia em que tinha tomado uma decisão relativamente a alguns dos meus comportamentos. Falhei ainda no mesmo dia, mas resolvi continuar com o processo de tentativa-erro. Pelo menos até ao dia 21. Verei entretanto, o que a vida me trará.
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