Dia 2

Esta noite sonhei com água, imensa água.

Há três momentos distintos:

- Cozer alimentos em água;

- Lavar roupas em alguidares repletos de água;

- O meu afogamento numa praia. Ao longe avistavam-se barcos com um formato estranho. Em cada um encontravam-se indivíduos sem cabelo e com túnicas pretas, uma vestimenta semelhante à que eu envergava na minha "morte" simbólica de há alguns meses. (ver Tubarão (8alaya.blogspot.com) )

Tenho uma vaga memória da casa onde decorreram as duas primeiras cenas: um candeeiro no canto com pouca iluminação, o chão com tábuas de madeira, uma cama de ferro branca, objetos - que não consigo propriamente identificar - em tons de cor de rosa. Ou seja, um quarto de menina. Havia lá alguém! Uma rapariga que estaria a mudar-se daquela casa. 

Já na praia, recordo-me que estava com a minha irmã. A dado momento ela grita a alertar-me para aqueles indivíduos estranhos que chegavam pelo mar. Sou levada pela água. Como da outra vez, no meu sonho tenho plena consciência de que não sei nadar.

Sou eventualmente resgatada pela minha melhor amiga.

Não sei muito bem o que pensar do sonho, para além da clara conotação da água com as emoções. A vestimenta que aqueles seres usavam era semelhante ao rakusu dos budistas mas de cor preta. Não consigo deixar de pensar que é uma roupa de discípulo. No entanto, durante o sonho tive a sensação de que eles eram uma espécie de piratas, ou pelo menos era assim que eram vistos pela maioria.

Tenho dificuldade em ir para além destas ténues memórias. Sei que emocionalmente a vida está a puxar muito por mim e começo a acreditar mais naquilo que me chega pela intuição ou pelo sonho, do que o que se manifesta fora de mim. É estranho explicar mas neste preciso momento em que escrevo sinto-me como se eu não fosse real quando me encontro na matéria mas apenas quando ascendo (pode não significar exatamente que subo) a um outro plano a que não sei que nome dar. E possivelmente o que eu vejo nesse plano também são projeções mas parece-me haver um maior nível de profundidade no ser que mergulha. Dito de outra forma, neste plano em que me encontro agora sinto-me a viver na rama, na camada mais exterior da cebola. Mas quanto mais eu descubro estas outras esferas, mais eu desço dentro de mim, mais eu me afasto da imagem física que conheço como "Lídia", menos eu me identifico com o corpo e mais eu me vejo. 






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