Em modo de recolhimento

Regresso ao meu cantinho na blogosfera, o único local no mundo da web onde me sinto bem.
Estou novamente em recolhimento, tal como a lua que mingua nos céus.
Ontem, enquanto sentia a vibração do meu tambor nas mãos, um som paralelo tornou-se timidamente audível.
Ainda que fossem os meus ouvidos a captá-lo, a minha mente imaginou-o com o formato de linhas de luz a estenderem-se e a contraírem-se no ar. Por instantes, o meu radar interno capturou outras frequências. E foi assim, ainda sob a influência desse estado vibratório, que adormeci no quentinho da minha cama.
Às vezes imagino que esse recolhimento me retira do mundo físico e me leva para templos sagrados de conexão à verdade e à vontade.
Não me causa desgosto estar encarnada. Muito pelo contrário. Gosto dos pequenos prazeres naturais, como cheirar as flores de outono, ou mergulhar nas águas salgadas do mar da Costa da Caparica. Gosto de uma imperial fresquinha em dias quentes e do sabor das castanhas assadas no Inverno gelado. Ou seja, eu gosto de estar viva! Mas há momentos em que preciso de me retirar do mundo e ir para um espaço, real ou imaginário, em que eu possa sentir que estou, mais que não seja, numa ténue camada mais acima.
São estas possibilidades que me dão esperança e me fazem não desesperar com o peso da rotina e das desilusões.




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