Aceitação
Durante os anos que morei em Lisboa tive o hábito de, sempre que me sentia sozinha, sair de casa e percorrer as ruas sem destino. Vira à direita, vira à esquerda, sobe, desce. Ansiava imenso por encontrar algo que me trouxesse paz. Escusado será dizer que a paz não veio com aquelas caminhadas. Ao fim de algo tempo percebi que, na verdade, o que eu buscava era eu mesma e este Eu que procurava era o mesmo que me acompanhava no caminho.
Atualmente, continuo a deixar que os meus pés me guiem. Adoro descer pela Calçada da Estrela e ir até ao Cais do Sodré.
Mas já não procuro nada. O que tenho no momento chega-me e o que sou no momento basta-me, pelo menos até que seja tempo de ser outra Lídia tão parecida e ao mesmo tempo tão diferente da Lídia atual.
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