Aprender a relativizar

Conheces a sensação de dar um passo em frente e retrocederes dois?
A sensação existe mas talvez não seja tão real como parece.
Esta semana, em conversa com uma grande amiga, relembrei algumas da minhas dores não digeridas. Estava no comboio rodeada de pessoas e apenas por esse motivo não deixei que as lágrimas caíssem.
Havia uma parte em mim que me dizia: "Ainda nisso Lídia?!" Gostaria que o tempo já me tivesse levado certas lembranças, mas isso ainda não aconteceu. E logo regressei a alguns hábitos que considero pouco saudáveis. 
Não pretendo defender as minhas ações mas também não quero ser excessivamente crítica em relação ao que eu ainda não consigo ultrapassar, curar ou integrar.
À medida que abandono o campo de batalha e me perdoo pelo que sinto, inclusivamente pelos sentimentos que muito me envergonham, tive a sensação de que não regresso exatamente ao mesmo ponto.
Mais uma vez, a resposta à pergunta - "O que é que mudou?", avizinha-se de fácil compreensão.

Eu mudei. Mudei novamente porque sou um processo em constante evolução e transformação. É como se várias Lídias regressassem a esses momentos para que sob diferentes escrutínios e pontos de vista eu consiga olhar as circunstâncias da minha vida de outra forma. Há um lado mais imaturo que reage com agressividade, mas há o lado mais maduro que se esforça por fazer melhor, ou pelo menos, fazer diferente.

E aqui estou eu a sentir emoções familiares mas a tentar nadar nelas em vez de me afogar.
Paralelamente vi dois vídeos sobre o "O Livro Tibetano dos Mortos". Independentemente de aceitar tudo, parcialmente, ou nada do que lá é dito, uma coisa é certa: a morte é inevitável e com ela vão-se estas lembranças que não têm nem têm de ter assim tanto peso. Quando colocamos as coisas em perspetiva percebemos que nem tudo merece o nosso foco, esforço e atenção. Na verdade, se calhar a única coisa que merece da nossa parte uma verdadeira dedicação é a Vontade da Evolução.

Deixo os vídeos para quem tenha interesse. Vale a pena 😉






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