Mulher
Sou aluada, perco-me nos meus sonhos e em mundos que não este.
A mulher é cíclica. Como mulher que sou, também eu sou cíclica e mudo-me com frequência e a rápida velocidade. Mas decido tomar as rédeas do meu destino, mais que não seja na forma como opto por encarar e viver a minha ciclicidade.
Entendo que nem sempre estou disponível para os outros e não há mal nisso.
Entendo que há momentos em que preciso de estar apenas comigo mesma e não há mal nisso.
Entendo que, ainda que me possa sentir alegre, nem sempre tenho vontade em falar e não há mal nisso.
Entendo que, ainda que me possa sentir triste, não quer dizer necessariamente que vá chorar e, caso o faça, posso não pretender ter presente quem testemunhe a minha fragilidade. E não há mal nisso.
Entendo que às vezes perco a cabeça, sou impulsiva, perco as estribeiras mas não acredito que isso traga grande mal ao mundo.
Sou o que sou. Às vezes extremamente meiga. Às vezes extremamente rude. À vezes dou colo, às vezes sou eu que preciso de colo. E há até aqueles momentos em que, mesmo que deseje um abraço, não o vou pedir. Por medo, por orgulho, por fraqueza ou por qualquer outro motivo.
Autorizo-me a sentir tudo isto, esta imensidão de sentimentos, a mudança vertiginosa e a minha própria ambiguidade.
Cada um destes meus estados revela-me algo sobre mim mesma, são peças que vão completando o puzzle da minha existência. E está tudo bem.
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