O que faço aqui?
Lembro-me de há uns anos estar no shala a praticar quando me
chamou a atenção uma rapariga que se encontrava à minha frente. Já a tinha
visto antes. A maioria dos alunos chegava, colocava o tapete no chão e começava
logo o surya namaskar. Mas ela não. Sentava-se sempre primeiro em padmasana, mãos em jnana mudra, olhos fechados, e assim ficava durante uns minutos. Quando
finalmente iniciava a sua prática, a mesma era fluída, leve, silenciosa e tranquila.
Somos inspirados pelos outros e lembro-me de dizer a mim
mesma que um dia queria que a minha prática fosse assim.
Em cinco anos, conto pelos dedos das mãos o número de vezes
que consegui essa fluidez, leveza e silêncio. Não sei se alguma vez consegui a tranquilidade.
O caminho quase nunca é de paz, mas de caos. A motivação nem sempre é a correcta. A dor da alma vai-se confundido com a dor do corpo. Há uma espécie de convicção que apenas serve para camuflar as incertezas. E depois perdemo-nos, uma e outra vez, só para recomeçarmos donde ficámos, seja lá isso onde for.
Esta semana, pela primeira vez, dei por mim a pensar: O que faço aqui? Ando à procura do quê exatamente?
As posturas saem a contragosto. A respiração é irregular. A perna dói-me outra vez. A mente divaga. Ainda assim, tudo isso chegou ao ponto de ser tão suportável, que já não me perturba. Mas a dúvida não o é. A dúvida nunca é suportável.
"O que faço aqui?"
E então vem-me à memória aquela prática fluída e leve e, por momentos, volto a desejar apenas isso e nada mais.
Não há práticas de yoga perfeitas. Há sim práticas de yoga em que fazemos o que é possível. Como também não há caminhos perfeitos. Há apenas caminhos em que tentamos ser ou fazer o melhor que sabemos. E cada um deles traz-nos alguma espécie de redenção, ainda que possa levar tempo até que possamos compreender.
Tudo leva o seu tempo, e ainda que esse tempo possa não andar ao ritmo que gostaríamos, é o único que temos.
O caminho quase nunca é de paz, mas de caos. A motivação nem sempre é a correcta. A dor da alma vai-se confundido com a dor do corpo. Há uma espécie de convicção que apenas serve para camuflar as incertezas. E depois perdemo-nos, uma e outra vez, só para recomeçarmos donde ficámos, seja lá isso onde for.
Esta semana, pela primeira vez, dei por mim a pensar: O que faço aqui? Ando à procura do quê exatamente?
As posturas saem a contragosto. A respiração é irregular. A perna dói-me outra vez. A mente divaga. Ainda assim, tudo isso chegou ao ponto de ser tão suportável, que já não me perturba. Mas a dúvida não o é. A dúvida nunca é suportável.
"O que faço aqui?"
E então vem-me à memória aquela prática fluída e leve e, por momentos, volto a desejar apenas isso e nada mais.
Não há práticas de yoga perfeitas. Há sim práticas de yoga em que fazemos o que é possível. Como também não há caminhos perfeitos. Há apenas caminhos em que tentamos ser ou fazer o melhor que sabemos. E cada um deles traz-nos alguma espécie de redenção, ainda que possa levar tempo até que possamos compreender.
Tudo leva o seu tempo, e ainda que esse tempo possa não andar ao ritmo que gostaríamos, é o único que temos.
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