Despreocupanço
Dizem-me para dizer o que sinto. Não o que os outros me fazem, mas como me
sinto perante o que os outros me fazem.
Os meus dois lados, solar e lunar, manifestam-se em tudo, incluindo nos
sentimentos.
Pois bem, sinto-me livre e triste. O meu leão soberbo afasta-se de quem não
o trate como um Rei, mas o caranguejo esconde-se na sua carapaça a assoar o
nariz.
Tudo isto é desgastante e cansativo. Mas até o desgaste e cansaço podem ser
bons se forem um grito de alerta para a mudança.
Vejo claramente que preciso de muito pouco do que seja exterior a mim mesma.
Ainda assim, esqueço-me tantas vezes disto. E insisto que devo chorar, como se
o não-chorar me fizesse menos humana e a frieza de coração me pudesse tornar
numa pessoa que não quero ser.
Achei, durante muito tempo, que estava a dar o melhor de mim aos outros. Talvez
dê a única coisa que sei dar, mas quiçá isso não seja assim tão bom.
Não podemos querer dar aos outros uma sombra e esperarmos que a aceitem
como se fosse a luz do sol.
A verdade é que às vezes nos achamos um diamante, quando para os outros
somos uma pedra. E, outras vezes, o que parece um rochedo, esconde um rubi.
Há momentos em que somos exatamente o que parecemos. Mas na maioria dos
dias, ninguém nos vê realmente.
Estou em modo “I don’t give a f***” e se já me preocupei um dia, agora não
quero saber.
Não há culpa, nem vergonha.
Sou eu! Sou assim! Sou isto!
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