E tenho dito!

Não somos todos iguais e como tal não levamos a vida da mesma forma. Parece haver pessoas predestinadas ao sucesso e outras ao insucesso. Excluindo condições inatamente adversas ou favoráveis, parece-me que tudo resulta, sobretudo, da forma como encaramos a vida.

Vou insistindo comigo nesta ideia, vezes e vezes sem conta. E insisto, porque ainda que me pareça claro e objectiva a responsabilização de cada um pela vida que tem, há instantes em que é cómodo culpar o  mundo em redor e desculpabilizarmo-nos.

Está errado! Não deve ser assim mas, como em tudo, é um processo que demora tempo e tempo, sobretudo se crescemos habituados a recorrer a uma espécie de piedade alheia que se compadeça do nosso estado.

Há dias difíceis! Há, sejamos honestos. Há dias em que não há força de vontade que sirva de motor e só nos apetece ficar na cama e, preferencialmente, a dormir para não pensarmos no drama. Pseudo-drama, admite-se. Porque estar vivo, ter um tecto, emprego, comida, família e amigos devia ser mais do que suficiente. Então, por que não é?

Porque parece que não chega. Há uma tendência para olhar para o lado e dizer: “Queria tanto aquilo!”, “Se apenas pudesse ter aquilo ou ser como aquela pessoa.. aí sim seria muito feliz.”

Tretas! Quantas vezes compramos uma mala fantástica que parecia que ia alegrar os nossos dias (e as mulheres entendem isto) e colocamo-la num canto mal chegamos a casa? Quantas vezes começamos um relacionamento e passado pouco tempo já choramos pelos dias em que estávamos solteiros e nada nos chateava?

Éramos felizes e não sabíamos. Quantas vezes somos felizes e não sabemos e só descobrimos quando deixamos de o ser?

Uma pessoa minimamente evoluída, ao sofrer destes devaneios, devia assumir a sua própria idiotice e torná-la em algo de produtivo.

Devia sim!

Devia mesmo! E devia fazer isto e aquilo, sendo que se exige que “isto” e “aquilo” seja algo em concreto e não uma ideia estapafúrdia, inventada sobre pressão, sem pernas para andar.

Há dias escrevi que é melhor não pensar. Não quero dizer que devemos escolher sermos ignorantes. Mas penso que, em certos momentos, é preferível o impulso da acção, do que a inércia do pensamento. E pensar dói, e lembra-nos que hoje estamos preguiçosos, ou que tal pessoa nos disse isto, ou que tal situação aconteceu.

Por isso, se hoje não há vontade, não pensemos demasiado. Há uma opção alternativa: um passeio, um olhar sentido, um sorriso,...

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