Let go
Cada
um de nós trava as suas lutas. Ampliamos, por vezes, os nossos problemas porque
com relativa facilidade uma ninharia pode tornar-se num monstro.
Há
as tempestades interiores e as tempestades exteriores. Conseguimos ver um dano
numa perna partida, num golpe na carne que faz sangrar, numa cicatriz. Mas que
dizer daquelas feridas interiores, aquelas que ninguém vê, que ninguém repara?
Onde buscar uma cura para o que não é visível? Como vencer aqueles inimigos que
põem constantemente à prova a nossa sanidade mental? Como ultrapassar os medos
que minam a nossa confiança? Como ultrapassar as lembranças que destruíram a
nossa auto-estima?
Não
sei! J
Sei
ainda muito pouco para conseguir dar a volta por cima sem retrocessos. Mas
creio que a solução poderá e deverá passar por pequenas conquistas, pequenos
gestos, pequenos passos:
- Sorrir
- Amar
- Aceitar
- Viver
- Acreditar
- Não desistir
E
se tudo falhar, voltar a tentar novamente. E novamente, e uma vez mais.
Não
há caminhos lineares. Não há caminhos perfeitos. Mas se parecem ser tortuosos,
na maioria dos casos é apenas um reflexo do nosso caos interior.
Não
há forma de ver a luz se apenas procurarmos as trevas. Nem vontade em seguir em
frente se acreditarmos não haver nada nem ninguém à nossa espera.
Hoje
percebo, com gratidão, que estou onde tenho de estar. E a minha dor já não me
destrói. Aceito-a como se fosse um filho rebelde a quem é preciso dar consolo
de vez em quando.
Sempre
adorei a expressão “let go”, talvez a identificação mais perfeita com o desapego
de que fala o Budismo. Mas não se trata de abdicar por abdicar. É algo mais
profundo. É aceitar que chegou a altura de abdicar, de deixar seguir o rumo da
vida sem impormos amarras, grilhões ou limitarmos as pessoas de quem gostamos
por acharmos que não conseguimos viver sem elas.
Em
última instância a única pessoa com quem não podemos deixar de viver é connosco
próprios.
Comentários
Enviar um comentário