Tenho de me encaixar ou basta ser?
Há muitas coisas erradas comigo. Sei-o perfeitamente. Se me cruzasse com alguém que tivesse características similares, penso que me irritaria. Irritaria a infantilidade, a imaturidade. Porém, sendo eu quem sou, e estando em mim, não consigo lamentar em demasia a minha personalidade porque na minha solidão e fuga, ela não me pesa. Não sou testada, nem desafiada. Não há olhos para me verem de alto abaixo, nem bocas cujas palavras me possam atingir.
Gosto de estar sozinha porque estar acompanhada é difícil. Gosto de estar sozinha porque no inverso sinto-me desajustada.
As pessoas puxam-me para a terra quando eu prefiro planar envolta nos meus pensamentos.
Tenho, grosso modo, consciência da minha finitude, de um tempo cronológico que caminha para a extinção. É inevitável. Independentemente do que eu acredite, é certo que esta persona que eu encarno de nome Lídia irá um dia desaparecer. Se assim é, fará sentido promover convívios forçados para encaixar numa normalidade que não é a minha? Valerá a pena procurar os outros quando me busco, sim, a mim mesma?
Tenho de me encaixar ou basta ser?
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