O tempo passa, célere, num galopar impiedoso e às vezes cortante como o gume de uma faca. E a vida, sentada no dorso deste tempo, vai mudando. Muda ela e mudamos nós. Por momentos, parece-me que somos apenas as personagens de um jogo de xadrez cuja dimensão real do tabuleiro desconhecemos. Não estou certa, nem me atrevo a supor quem manuseia as peças. Sou ignorante nestes assuntos. Ou talvez cobarde. Vamos saltando de peça em peça,... ora somos peões, ora cavalos, ora torres, ora bispos, ora reis e rainhas. Às vezes, desejosos de um papel que não nos cabe a nós, mas a outrem. Outras, ansiosos por um esquecimento que nos permita descansar e que sejam braços alheios a carregarem os fardos por nós. Percebo tanto das regras da vida como das de um jogo de xadrez. Muito de coisa nenhuma.