Eremitério

Com a incursão na minha vida adulta, já há uns anos, começou a tornar-se cada vez mais necessário o tempo da solidão e do silêncio.
Quando era jovem, ou mesmo depois enquanto ainda vivia na casa dos meus pais, talvez não tivesse tão presente esta imprescindibilidade. No entanto, desde que há alguns anos arranjei a minha própria casa, estar sozinha, estar em silêncio, não só ocorre por normalidade, mas também e sobretudo por desejo da minha alma. 
Estou num desses momentos. Não sei bem como explicar aos outros. Não é a presença dos outros que me pesa, mas o mundo em si. A energia densa, a verbalização agressiva, a baixa vibração que paira.
Parece um pouco o que sentia quando praticava ashtanga yoga. Pouco havia fora do meu tapete que  tivesse mais importância do que o que eu encontrava na minha prática. Hoje, pouco há fora de mim que tenha mais importância do que o que encontro em mim mesma.
Viro-me para mim e procuro locais que me propiciem essa interiorização.
Antes que possa parecer egoísmo da minha parte, devo dizer que procurarmos o melhor para nós é respeitarmo-nos. Quando nos respeitamos, estamos melhor connosco próprios e aquele que está melhor consigo próprio está melhor com os outros.
Há um tempo para ir para fora e um tempo para regressar. Há um tempo para ir para dentro e um tempo para retornar ao convívio. Há um tempo para estarmos com os outros e um tempo para estarmos connosco próprios. Às vezes coexistem. Outros momentos deverão mesmo ser vividos de forma distinta.
Não me sinto cansada fisicamente.
Não me sinto cansada mentalmente.
Não me sinto cansada emocionalmente.
Apenas quero ESTAR em plenitude e agora sei, por cada passo que dou em consciência, que a plenitude só pode ser encontrada dentro de mim e em cada ser reside igualmente a sua própria plenitude.

P.S. Imagem foi retirada da net, pode ter direitos de autor



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