Não digo nada que possa interessar a mais alguém que não eu.
Não sei o que virá deste post...
Não digo nada que possa interessar a mais alguém que não eu. É um desabafo, se me o permitem. O tirar do coração um peso que se arrasta...
Sempre tive um fascínio enorme pelo esoterismo e cedo procurei encontrar o meu sentido para a vida e o meu lugar no mundo. Era essencial para mim conseguir fazê-lo. Saber quem sou era a minha prioridade número um, muito antes de eu entender sequer por que o fazia.
Nesta minha busca, segui diversos caminhos e procurei diversos auxílios: filosofia esotérica, yoga, tarot, leitura de aura, astrologia ocidental (e muito recentemente a védica), xamanismo, meditação... Fui recebendo informações, insights sempre tentando que eles me ajudassem/ajudem a preencher o meu próprio puzzle existencial.
Hoje, enquanto escrevo isto, posso afirmar com relativa segurança que o que vou descobrindo sobre mim cresce na exata proporção das minhas dúvidas. É como se por cada entendimento a que me é permitido aceder, tivesse de pagar um preço associado a uma nova questão. Ou como se por cada caminho descoberto encontre sempre uma nova encruzilhada e, por isso, talvez não saiba realmente mais do que sabia antes. Dir-me-ão, quiçá, que tudo isto é normal! Talvez, mas se é normal ou não pouco me interessa neste momento.
Há certas coisas que me dizem que ressoam profundamente em mim de uma forma dolorosa e pergunto-me se teria verdadeiramente orgulho na minha história se a conhecesse em pleno.
E é aqui que chego ao meu ponto fundamental! Há uma frase de Confúcio que diz: "Se queres conhecer o passado, examina o presente que é o resultado; se queres conhecer o futuro, examina o presente que é a causa."
Tenho orgulho nas minhas conquistas e reconheço as bênçãos que com maior ou menor frequência me vêm dos céus, mas quando penso em cada bloqueio e dificuldade que parecem marcados a ferros na minha alma, não consigo deixar de pensar no que terei feito ao longo desta grande caminhada... E no final de contas, estou em constante luta com quem exatamente? Com um passado do qual nem me lembro? Ou comigo mesma à conta de um sentimento de culpa e sensação de escassez, sobretudo emocional, cuja origem me é igualmente desconhecida?
Não sei se tenho resposta para isto, ou se consigo assumir uma resposta. No fundo, continuo a não saber quem sou. Continuo a não saber para onde ir. E só sei responder ao "que vim fazer" porque "vim para evoluir" continua a parecer-me uma boa resposta.
Tudo o resto são pontos de interrogação que ora carrego ora abandono consoante os dias e estados de espírito.
Este tempo que se vive, faz-me pensar nisto. As últimas noites têm me puxado ao fundo de mim e eu vou, e sinto tudo com uma intensidade diferente da que estava habituada. Sinto a minha dor, a minha revolta, a minha tristeza, a minha frustração e depois aceito. Aceito a confusão de sentimentos que alternam entre si em tão curto espaço de tempo. Aceito que, se há um momento certo para enfrentar duras batalhas, este é o momento certo. E aceito que tenho de aceitar.
"Aceita que dói menos!", alguém me dizia. Não me recordo de quem, mas quem quer que fosse tinha razão. E a par desta aceitação há uma profunda sensação de derrota, e ainda que me sinta derrotada também sei que estou no caminho certo.
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