Simplicidade

Sempre acreditei - e ainda acredito - que viemos a este plano para evoluirmos. Contudo, a minha noção do que significa "evoluir" tem sofrido alterações ao longo do tempo.
Já me considerei uma "pessoa evoluída". Hoje percebo o quão grande era a minha ignorância e soberba.
Consigo assumir mais facilmente que nada sei e essa tomada de consciência até que me traz uma certa tranquilidade. Não finjo ser o que não sou, nem saber o que não sei, nem pensar o que não penso.
Sou ignorante e desconhecedora de muita coisa. Paralelamente, vou-me conhecendo melhor porque o assumir o que não se sabe também implica que se saiba alguma coisa.

Ontem a minha bff alertava-me para não cortar tão radicalmente com o caminho que trilhei até hoje. Não pretendo fazê-lo mas também não consigo forçar-me a aceitar "dizeres" que, ainda que possam ser verossímeis para os demais, para mim ainda carecem de muito escrutínio.

Respondi-lhe por fim: - Quero simplicidade! Apenas isso!


Hoje, ao regressar a Lisboa, encostei a cabeça à janela do comboio enquanto passávamos junto a Marvila e Chelas. É essa a simplicidade que busco, a sensação provocada há uns meses por uma caminhada solitária naquela mesma zona. Não pretendo explicar o que isto significa, até porque julgo que não conseguiria fazê-lo por palavras. Há uma paz e uma tranquilidade que não vem dos livros, nem das estruturas sociais, nem da espiritualidade de pacote. Há uma paz e uma tranquilidade enriquecida pelo pulsar dos pés na terra e onde sou mais vertical do que alguma vez me senti a ser.

Sim, quero essa simplicidade. 




Comentários

Mensagens populares deste blogue

The Chosen / Aprender com S. Pedro

Por que sou assim?

"Deus não precisa de ti", Esther Maria Magnis