Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2021

O eterno retorno

Imagem
Voltei às caminhadas, mas não exatamente da mesma forma.  O caminho é o mesmo. Atravesso o Jardim da Estrela, desço pela Calçada da Estrela, passo junto à Assembleia da República, continuando pela Rua de S. Bento. Atravesso a Rua dos Mastros e viro à esquerda. Os meus pés seguem rumo pelo Largo Conde-Barão, Rua da Boavista, Rua de S. Paulo, Rua do Corpo Santo, Largo do Corpo Santo, Rua do Arsenal até chegar à Praça do Comércio. Para quem me leia talvez isto não tenha importância nenhuma, mas para mim tem e muita. As caminhadas que faço por Lisboa estão ligadas à minha alma e em cada passo na matéria, sinto que também a minha alma caminha. Há coisas que não consigo explicar por palavras e esta é uma delas. Regresso aos mesmos locais porque reencontro em cada canto memórias de Lídias do passado. Consigo ter presente a roupa que vestia, o que sentia, o que me vinha à mente, onde entrei, onde saí, se chovia ou se fazia sol. Lembro-me da Lídia que, naquele instante que hoje é passado ti...

Noite

A noite passada foi de chuva, relâmpagos e trovões. Clarões irromperam pelo meu quarto.  Tal como uma criança fui a correr para a janela da cozinha a tempo de ver o espetáculo natural que registei através do telemóvel. Não sei se é a lua cheia de há dois dias, e que ainda se vê nos céus, que me está a tirar o sono. Adormeço mais tarde do que era habitual e acordo com muito mais sono. Ou talvez seja apenas a energia do Outono que chegou ontem. O contraste que se vê nos céus é a imagem da dicotomia/dualidade que acompanha o ser humano, e sobre a qual me tenho debruçado nos últimos meses. Sei que volto sempre ao mesmo assunto, mas neste momento é quase inevitável considerando a fase da vida na qual me encontro. E penso nisto... muito! Ontem falava sobre a inspiração que tem sido para mim assistir àquelas palestras de Filosofia. Contudo, ao regressar a casa senti-me muito cansada e até enjoada. O mesmo aconteceu hoje de manhã e acabei por não voltar ainda a pegar nos papéis nem nos áud...

Hello Darkness

Imagem
Hello darkness, my old friend I've come to talk with you again Because a vision softly creeping Left its seeds while I was sleeping And the vision that was planted in my brain Still remains Within the sound of silence The Sound of Silence, Simon and Garfunkel

Filosofia

Imagem
As minhas viagens entre casa e trabalho têm sido acompanhadas por áudios de filosofia. A semana passada dediquei-me à Luz sobre o Caminho e posteriormente iniciei O Profeta . Devo dizer que esses momentos me trazem uma paz enorme e sinto que são talvez os mais produtivos. Tento colocá-los em prática dentro do possível e mesmo quando não me ocorre fazê-lo a minha consciência logo grita a reclamar. Vou tendo muito presente as minhas "faltas", apesar de tentar relativizá-las, não por achar que são aceitáveis, mas sim por não querer dar-lhes um peso superior ao que realmente merecem. O mais fantástico tem sido perceber que, após alguns dias mais desafiantes a semana passada, começo a regressar ao meu centro não por fuga mas por consciência. E o aparente desconforto torna-se muito menos desconfortável. Para quem eventualmente leia ou venha a ler o meu blog, e caso isto pode vir a interessar aos demais, deixo algumas considerações que considero interessantes: - O verdadeiro amor é...

Cantos secretos algures nas Amoreiras

Imagem
 

Luta interna

Imagem
Há uma luta interna dentro do homem, esteja o homem consciente disso ou não. A consciência traz responsabilidade. Saber não nos permite ignorar porque ao fazê-lo correríamos o risco de sentir maior dor do que aquela que pretendemos evitar. Mas a consciência também não nos traz respostas de imediato. Quando penso nisto, quando vivo esta luta feroz, vêm-me sempre a imagem do ser interior que nos habita a querer rebentar a nossa pele e sair para fora. Ele quer-se mostrar, estar presente. E mesmo que pretendamos travar-lhe o voo, o nosso olhar e atitude serão reveladores do conflito em que estamos imersos.

A dor

Imagem
A dor vai e vem, como as sete ondas de um mar revolto que se abatem sobre a terra antes da calmaria. Embate atrás de embate apenas intercalados por instantes em que submersos na água salgada do nosso próprio mar aspiramos à verticalidade que nos foi presenteada por Deus, mesmo que teimemos em duvidar das suas dádivas. "És capaz! ÉS CAPAZ!", sussurra-te ao ouvido uma voz sem rosto que tem mais fé em ti do que tu mesmo. Uma última inspiração antes do mergulho... É a água das tuas emoções que te rodeia mas é no fogo interior a queimar cada partícula, ideia e sentimento em desuso, que das cinzas ganhará vida um novo ser. A dor não existe para te tornar mais fraco mas para que reconheças a fortaleza que existe em ti. A dor não existe para te retirar existência mas para que vivas em verdade. A dor não é complacente com a tua máscara pois ela te exige a tua essência. À dor não interessa quem pretendes ser. Ela quer que mostres quem és. A dor é o teu alerta, a buzina, a campa...

"Quanto mais dentro, mais fora."

Imagem
"Quanto mais dentro, mais fora." ouvi esta semana e ficou.

Um

Imagem
Ainda te vejo fora de mim porque não sei ver-te como parte de mim. O belo que vejo em ti é o belo que em mim me amarga. Por isso olho-te à distância e nego o teu auxílio. Atiro-me para as águas negras e enquanto mergulho os meus olhos captam o teu olhar sereno acima da linha da água.  Sou um vai e vem. Rodopio e danço ao sabor das minhas emoções ora rindo ora chorando. A seu tempo emergirei com a esperança da unidade entre a minha alma e o teu espírito. Somos um. 🙏

758

Imagem
O nome deste post é 758. Ainda não o escrevi, mas já lhe dei um título. Este é o número do autocarro que diariamente apanhava para o trabalho quando morava em Benfica. Este é o número do autocarro que apanho atualmente em Sete Rios. Resolvi de manhã escrever um post sobre uma experiência que vivi no autocarro, mas não tive oportunidade. Entre esse período e a hora atual descobri duas situações exteriores que me abalaram fortemente. Tenho andado a reler a Luz sobre o caminho . Nem de propósito, é no desconforto que começa o discipulado. Tranquei-me na casa de banho. As lágrimas vieram-me aos olhos. Respirei de forma mais acelerada. Apesar de tudo, agradeço à vida. Sei que não vejo as circunstâncias da forma certa, sei que o meu pensamento é toldado pela minha cegueira emocional. Ainda assim acredito piamente que tudo acontece como tem de ser. O meu desconforto existe porque tenho algo para trabalhar em mim. Só perco o que não me serve e só tenho o que preciso. A Lídia encarnada pode ter...

Come come little witch [Poem]

Imagem
Come come little witch, sit by the tree! You are part of all the nature that your soul can see! Above father sky, below mother earth, They both enlighten your heart and make you tough. Ask sister moon for guidance when you feel uneasy The truth will speak from her core into every fibre of your being Do not fear little witch, you are never alone And never alone will you be! 💓 Lydia Alaya

A reler - Leituras da semana

Imagem
 

Das rotinas

Imagem
A semana começou com chuva e o meu coração fica contente com estes dias que anunciam a proximidade do Outono. Estou-me a disciplinar para regressar ao ginásio com maior folgo e vontade. O meu corpo pede e a minha mente exige. Não sendo propriamente fã de rotinas, agrada-me ter algo que regularmente traz estrutura à minha vida.  Ganho esta estrutura em situações bastante rotineiras na verdade. O despertador que toca diariamente às 5h30 e as minhas gatas a passearem em cima de mim ou a morderem-me os pés. O suburbano que apanho sempre à mesma hora. Um livro de companhia na segunda carruagem, porque na terceira entram umas senhoras de Alhandra que não se calam durante a viagem inteira. A ponte Vasco da Gama a ganhar forma à medida que me aproximo de Lisboa. O caos de Sete Rios. O 758 a subir pela Rua de Campolide. Entradas e saídas. Para arranca. Os elevadores. Os bons dias a rostos desconhecidos. 30 minutos de bicicleta à hora de almoço. Treino de glúteos. E ao final do dia, quando a...

Vista de outra forma

Imagem
Ontem tirei um dia de férias. Nada correu como tinha planeado. Acabei por ficar por casa, entre limpezas, vídeos de filosofia e sestas acompanhadas pelas gatas.  Foi um dia perfeito apesar de, aparentemente, parecer pouco produtivo. A minha melhor amiga comentava comigo: "há quem goste de ir às compras, tu preferes alimentar a alma." Parece-me que sim! Tenho de assumir, se não a todos, pelo menos a mim mesma, de que estava ansiosa e talvez por isso tenha procurado palavras que obrigassem o meu cérebro a transmitir outro tipo de informação ao resto do corpo. Os meus medos mais antigos permanecem. Medo da perda, medo da ausência, medo do próprio medo. Apesar de me ter tornando numa pessoa bastante autónoma, de ter trabalhado o tal desapego emocional, ainda resistem pontas soltas, imensas pontas soltas a moerem-me os calcanhares. Hoje, a caminho de Lisboa, fui transportada para a minha primeira vinda prolongada à capital. Há 21 anos comecei os meus estudos universitários e mudei...

Viagens paralelas [Lua nova em Virgem]

Imagem
Caminhei... Comecei a marcha a partir da casinha de madeira com a lareira acesa e as cores das labaredas a vibrarem. Os pés descalços percorrem a estrada desenhada a preto e branco. No tornozelo esquerdo as flores de metal presas à pulseira dançam ao sabor do movimento dos pés. Chegada à piscina, sou desafiada a mergulhar. Ele espera-me no fundo revelando-me uma caixa entreaberta onde jaz um colar de pérolas.  Com o impulso da vontade (quiçá raiva!) rebento as estruturas de mármore e a água transborda tornando-se a piscina num lago. Sigo para a direita. Vejo-me, eu mesma fora de mim. Outro eu que sou eu.  Meia mulher meio tubarão. Meia mulher meio veado.  Somos tri, somos uma. Os meus outros "eus" circulam-me. Não os posso negar, somos indissociáveis. Tenho de aceitar a luz. Tenho de aceitar a sombra. Tenho de equilibrar a polaridade. Recolho ao meu leito. Preparo-me para dormir. A lua nova em virgem ocorre à 1h52. Vejo-o com outra. Abandona-me, rejeita-me, neg...

Reforço de Amor Próprio

Imagem
Avanço em paz. Apesar disso existem pontos de dor bem sensíveis na minha alma.  Nem de tudo me consigo desligar. Permaneço refém de algum sentir que gostaria eu muito de não sentir. Essa sensibilidade, a que não mais quero chamar de fraqueza, funciona como barómetro do meu desenvolvimento. Guio-me por ela para perceber se estou mais perto ou mais longe.  Não é o tamanho da dor que interessa, mas sim a minha reação à dor.  Quero confiar na vida e manter-me fiel a essa fé que me tem acompanhado. Redescobrir a amar-me depois de tamanha sensação de desamor tem sido o desafio mais maravilhoso da minha vida.

Amor Próprio [Citações]

Imagem
“Amo-me a mim próprio demasiado para poder odiar seja o que for.” Jean-Jacques Rousseau (Imagem retirada da net, pode ter direitos de autor)

Bem Vindo Setembro

Imagem
Chegámos a Setembro, mês de equinócio de Outono, a minha estação do ano favorita. Na meteorologia anunciaram um dia de chuva e trovoada. O sol já se começa a pôr mais cedo e as noites já estão mais frias. Adoro esta altura do ano. Traz-me memórias longínquas de pão quente saído do forno, de brisas a fazerem dançar os ramos de folhas castanhas, amarelas e vermelhas e do cheiro a madeira. Os meus sentidos ficam extasiados.  Hoje celebro a vida no seu estado puro e natural. Bem vindo Setembro.