Diabo
Se procuras o teu maior inimigo, aquele que mais te limita, te sabota, te aprisiona a medos, vícios e inverdades, olha-te no espelho.
É curioso que
astrologicamente a lâmina do Diabo – palavra que vem do grego “diablos”,
adversário - esteja associada ao signo de Capricórnio, e o seu regente –
Saturno – à carta do Mundo.
O Mundo é a coroação,
“final” da caminhada em que recebemos as recompensas pelos esforços e trabalhos
empreendidos. O ser ganhou consciência porque trabalhou em si mesmo e
responsabilizou-se por si mesmo (algo tão saturnino). Mas para chegar aqui
muita da nossa organização e arrumação interna terá de ser revista. Algumas
estruturas terão necessariamente de ruir até à base para darem origem a novos
sistemas mais equilibrados (A Torre). De outras, nem a base se aproveitará porque
já não terão espaço para coabitar dentro de nós.
Para perceber o que já
não tem ou não deve ter espaço em nós é preciso parar e olhar. Para onde?
Para nós mesmos! E para dentro. Sempre para dentro.
Quem não guarda dentro de
si velharias que se colocássemos à venda ninguém quereria comprar?
Padrões tóxicos,
comportamentos debilitantes e destrutivos, ciúmes, invejas, auto-boicote, vícios
e escapismo?
O Diabo fala-nos de tudo
isto.
Uma figura central, algo assustadora, segura nas mãos duas correntes envoltas nos pescoços de duas criaturas. Em certos tarots, estas duas figuras assumem mesmo uma forma feminina e masculina. É o nosso lado mais humano, mundano e material. Mas se olharmos atentamente, o facto de as correntes estarem lassas, lhes daria a hipótese de as retirarem…. Se assim o desejassem. No Tarot Mitológico parecem-me mais dois fantoches que vão desfilando ao som de música inebriante.
Não digo que seja fácil
retirar estas correntes. Certamente que não o é. Mas se almejamos chegar a algo
que minimamente se assemelhe à liberdade, se calhar temos de ter a coragem de começar a retirar algumas.
Do pouquíssimo que sei,
sei isto: a pessoa que mais me poderá magoar sou eu mesma; a pessoa que mais me
poderá curar sou eu mesma.
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